O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou em um comício que não vai aceitar que a oposição “usurpe” sua presidência.
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou no sábado 3, que não aceitará que a oposição tente “usurpar” a Presidência. O país enfrenta protestos impulsionados por dúvidas quanto a “reeleição” do ditador desde o domingo 28.
“Não será aceito, com as leis nacionais, que tentem usurpar novamente a Presidência”, afirmou Maduro, em um comício em Caracas. Ele comparou o opositor Edmundo González Urrutia, que reivindica vitória nas eleições de 28, com Juan Guaidó, reconhecido internacionalmente como “presidente interino” em 2019.
“Eles querem impor novamente a triste história de Guaidó”, prosseguiu. “Guaidó 2.0 […] Hoje ele estava com medo”. Edmundo González não compareceu a uma manifestação liderada pela líder da oposição, María Corina Machado, em Caracas.
María Corina reapareceu em público depois de se declarar escondida na quinta-feira 1º. Maduro informou que cerca de 2 mil pessoas já foram detidas e serão mantidas em prisões de segurança máxima.
Na sexta-feira, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou Maduro como vencedor com 52% dos votos, enquanto González Urrutia obteve 43%. A oposição alega fraude e o CNE ainda não publicou os resultados detalhados.
Quem é Juan Guaidó, citado por Maduro
Juan Guaidó, atualmente exilado nos Estados Unidos, era chefe do parlamento em 2019 quando foi reconhecido como “presidente interino” por Washington e por diversos governos da América Latina e Europa, que consideraram fraudulenta a reeleição de Maduro no ano anterior.
Os Estados Unidos alegam haver “provas contundentes” da vitória de González Urrutia, e vários governos latino-americanos e europeus pedem a divulgação dos resultados completos.
Manifestantes presos
Desde segunda-feira, os protestos resultaram na morte de 11 civis, de acordo com organizações de direitos humanos. Maduro afirmou que cerca de 2 mil pessoas foram detidas e serão mantidas em prisões de segurança máxima.
“Temos 2 mil pessoas capturadas e elas vão para Tocorón e Tocuyito, com máximo castigo”, afirmou o líder chavista. Tocorón e Tocuyito são prisões de segurança máxima, localizadas no centro do país.
Segundo Maduro, os detidos são “terroristas que estão atentando contra o governo”. Desde a segunda-feira, 29, quando o ditador foi proclamado vencedor pelo CNE, cerca de 400 pessoas são presas diariamente.
Além disso, o ditador alertou que “patrulhas militares e policiais” continuarão a operar em todo o país para proteger a população. Maduro também afirma que uma tentativa de “golpe de Estado” está em andamento e declarou que Machado e González deveriam estar presos.