Celso Amorim não quer Venezuela nos BRICs

Celso Amorim não quer que a Venezuela entre nos BRICs, o grupo de economias emergentes formados por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes, Etiópia e Egito.

Celso tem dito a interlocutores que a Venezuela “complexificaria de maneira negativa” a atuação dos Brics.

Nicolás Maduro tem jogado com a perspectiva de integrar os Brics como uma forma de se contrapor à pressão dos Estados Unidos. O ditador ameaçou recentemente entregar os blocos operados pelos Estados Unidos ou outros países do Norte global a seus aliados nos Brics — numa referência a China e Rússia.

Disse o ditador ao canal estatal TVV: “Se essas pessoas no norte e os seus parceiros no mundo cometerem o erro das suas vidas, então esses blocos de petróleo e de gás que já foram assinados irão para os nossos aliados dos Brics”.

Na presidência interina dos Brics, o presidente russo, Vladimir Putin, convidou Maduro para o próximo encontro do Brics, em Kazan, a 800 quilômetros de Moscou, de 23 a 24 de outubro de 2024. O convite foi percebido como uma forma de demonstrar apoio a Maduro num momento de isolamento do ditador. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, órgão responsável pelas eleições e controlado por Maduro, ainda não divulgou as atas de votação, que permitiriam comprovar se de fato o ditador foi reeleito, conforme o CNE anunciou.

A entrada nos Brics precisa ser consensual. Ou seja: se o Brasil não topar, Nicolás Maduro não se sentará de maneira permanente à mesma mesa dos demais.

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