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Ministro de Lula pede aplausos a Moraes durante evento da Advocacia-Geral da União

Foto - Daniel Estevão/AscomAGU

‘Se hoje o Brasil vive uma democracia plena, somos muito gratos ao seu trabalho’, disse Jorge Messias a Moraes, sem citar reportagens da Folha

O advogado-geral da União, Jorge Messias, pediu aplausos ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes nesta quarta-feira, 14, durante uma cerimônia da Advocacia-Geral da União (AGU) para a entrega de condecorações a autoridades em Brasília.

“Se hoje o Brasil vive uma democracia plena, somos muito gratos ao seu trabalho”, disse Messias, sem mencionar as reportagens da Folha de S.Paulo sobre supostas irregularidades na condução de inquéritos no STF.

O evento, realizado no Clube Naval de Brasília, reuniu membros da cúpula dos Três Poderes.

Conforme mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) minimizam a conduta de Moraes ao compartilhar informações entre seus gabinetes na Corte e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Nas redes sociais, Messias também defendeu Moraes. “O ministro Alexandre de Moraes sempre se destacou por seu compromisso com a justiça e a democracia”, escreveu.

“Do mesmo modo, tem atuado com absoluta integridade no exercício de suas atribuições na Suprema Corte”, acrescentou. “Suas decisões contaram com a fundamentação e regularidade próprias de uma conduta honesta, ética e colaborativa que merece nossa admiração e apoio.”

Moraes utilizou TSE para investigar apoiadores de Bolsonaro

O gabinete do ministro Alexandre de Moraes utilizou o TSE para investigar jornalistas e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no inquérito das fake news, criado em 2019.

De acordo com o jornal Folha de S.Paulo, mensagens trocadas pelo próprio magistrado, por assessores e por integrantes do TSE mostram que o setor de combate à desinformação da Corte Eleitoral, então presidida por Moraes, serviu como braço investigativo do STF.

As mensagens, trocadas entre agosto de 2022 e maio de 2023, revelam que o TSE foi usado para investigar e abastecer o STF com relatórios — muitas vezes sem registro oficial.

Em alguns momentos, assessores de Moraes mencionaram a irritação do magistrado com a demora no atendimento às suas ordens.

“Vocês querem que eu faça o laudo?”, teria perguntado o ministro, em uma das mensagens. “Ele cismou. Quando cisma, é uma tragédia”, comentou um dos assessores, referindo-se ao magistrado. “Ele está bravo agora”, disse outro.

O juiz instrutor Airton Vieira, próximo de Moraes no STF, foi um dos principais responsáveis por solicitar relatórios ao TSE. Eduardo Tagliaferro, chefe da assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) no TSE, também esteve envolvido.

Tagliaferro deixou o cargo em maio de 2023, depois de ser preso sob suspeita de violência doméstica contra a mulher, em Caieiras (SP).

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