Foto - Ton Molina
Jornalista norte-americano é responsável pela reportagem da Folha que revelou uso, fora do rito, do TSE pelo ministro do STF
O jornalista Glenn Greenwald usou as redes sociais, nesta quinta-feira, 15, para criticar o ministro do STF Alexandre de Moraes. O jornalista norte-americano é um dos profissionais responsáveis pela reportagem que mostrou o uso do ministro, fora do rito, do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e chamou Moraes de “o juiz de censura do Brasil”.
A crítica de Greenwald tem ainda outro contexto. Como mostrou a conta oficial do Twitter/X Global Affairs, Moraes intimou, de maneira sigilosa, a plataforma para o bloqueio de usuários e para prestação de informações de perfis para a Justiça. Entre estas contas, estava a do senador Marcos do Val (Podemos-ES). Diante da negativa da rede social, Moraes aumentou o valor da multa.
“O juiz de censura do Brasil, agora objeto de nossas revelações contínuas, com base em um enorme arquivo do seu gabinete, acaba de aumentar as multas diárias contra o Twitter/X por não banir aqueles que ele ordenou que fossem banidos”, escreveu Greenwald. “Isso inclui um senador em exercício e a esposa de um ex-congressista que ele aprisionou.”
As ordens de Alexandre de Moraes ao Twitter/X
Na terça-feira 13, mesmo dia em que a Folha publicou a reportagem de Glenn Greenwald e Fabio Serapião, uma conta oficial do Twitter/X compartilhou um ofício de Alexandre de Moraes, em que ele determina o bloqueio de perfis. O não cumprimento acarretaria em multa de R$ 50 mil.
Depois da desobediência, tanto da rede quanto de seu dono, o empresário Elon Musk, o ministro do STF aumentou o valor da multa. Agora, ela está fixada em até R$ 1,4 milhão por dia. O juiz ainda indicou uma possível responsabilização do Twitter/X pelo crime de desobediência.