Após anunciar que Alexandre de Moraes teria “problemas pessoais” com ele, Jair Bolsonaro confirmou sua participação no protesto marcado para o dia 7 de setembro na Avenida Paulista, em São Paulo. O ato visa apoiar o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão de Bolsonaro foi influenciada pelo caso “Vaza Toga”, que expôs diálogos entre auxiliares de Moraes e servidores do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sugerindo que o ministro ultrapassou limites legais em suas ações contra figuras da direita. O evento deve atrair lideranças conservadoras de todo o Brasil.
Inicialmente, o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) havia confirmado presença em uma manifestação em Belo Horizonte, mas, após deliberação interna com Bolsonaro e o Partido Liberal (PL), o foco foi redirecionado para São Paulo. Nas redes sociais, tanto Nikolas quanto o deputado Gustavo Gayer (PL-GO) convocaram seus apoiadores para a manifestação “pelo Estado Democrático de Direito”. Fontes próximas ao PL indicam que a escolha pela Avenida Paulista foi estratégica, com o objetivo de reunir maior público e garantir mais visibilidade à pauta.
O ato será marcado pela crítica ao ministro Alexandre de Moraes, acusado de conduzir investigações com abusos de poder. Bolsonaro e seus aliados defendem que o impeachment de Moraes é fundamental para reestabelecer a imparcialidade do STF e proteger os direitos constitucionais. A reação da direita à reportagem da Folha de S. Paulo, que revelou supostos abusos do ministro no uso da Justiça Eleitoral, fortalece o discurso de que o magistrado estaria agindo de forma indevida.
A presença de Bolsonaro na manifestação sinaliza um confronto direto com o STF, contrariando o conselho de assessores moderados que sugeriram uma postura mais cautelosa. A expectativa entre os organizadores é de que o ato provoque uma revisão das decisões de Moraes, semelhantes às revisões judiciais ocorridas no caso “Vaza Jato”, quando revelações sobre o ex-juiz Sérgio Moro resultaram na libertação de políticos presos na Operação Lava Jato.