Polícia Civil de São Paulo investiga dois articuladores do PRTB por suposto esquema em que trocavam carros de luxo por cocaína
São Paulo — A Polícia Civil de São Paulo investiga dois antigos aliados do PRTB, partido do candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal, pela suspeita de que ambos trocavam carros de luxo por cocaína, num esquema criminoso coordenado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC).
A investigação, revelada pelo jornal O Estado de S.Paulo, tem como alvos Tarcísio Escobar de Almeida (na foto em destaque, ao lado de Marçal), ex-presidente estadual do PRTB, e Júlio César Pereira, conhecido como Gordão, seu sócio.
De acordo com a polícia, tanto Tarcísio quanto Júlio César são homens de confiança de Leonardo Alves Araújo, o Leonardo Avalanche, presidente nacional do PRTB e fiador da candidatura de Marçal.
Tarcísio participou de eventos com a presença de Marçal, mas não chegou a ser visto em agendas públicas do influencer já como candidato à prefeitura.
Como era o esquema
Durante uma operação em 2020, a polícia apreendeu drogas, uma arma e um pendrive com Francisco Chagas de Sousa, o Coringa, apontado como um intermediário no esquema do PCC.
Segundo a polícia, Coringa utilizava automóveis de luxo fornecidos por Tarcísio e Gordão para comprar drogas no Paraná, que depois eram distribuídas em larga escala em São Paulo e na Paraíba. O lucro era dividido entre os três.
Tarcísio e Gordão também são suspeitos de controlar ações do PCC em Mogi das Cruzes e em áreas da Baixada Santista. Interceptações telefônicas flagraram os dois discutindo punições a membros da facção e acertos com policiais.
O que diz Pablo Marçal
Em conversa com jornalistas na quarta-feira (21/8), Marçal disse desconhecer as acusações que ligam um ex-dirigente ao PCC e afirmou não ter nada a ver com o caso.
“Vocês ficam o tempo inteiro querendo me pôr com esses caras, eu nem sei quem são esses caras. Eu tirei foi 20 mil fotos até agora. Você imagina”, disse, referindo-se ao fato de aparecer em fotos ao lado de Tarcísio.
O influencer afirmou que, assim que a primeira reportagem sobre o caso foi publicada, Tarcísio foi excluído do PRTB. “O engraçado é que vocês [imprensa] sabem quem é do PCC, mas só falam quando aparecem com a gente. Por que vocês já não levam para a polícia, cacete? Já que vocês sabem quem é do PCC, vocês têm que pegar a foto e já tem que levar para a polícia.”