Eduardo Bolsonaro e Bia Kicis querem explicações sobre conteúdo de mensagens vazadas
Os deputados Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF) apresentaram na última segunda-feira, 26, requerimentos para convidar os auxiliares do ministro Alexandre de Moraes no Supremo Tribunal Federal (STF) e no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que participaram de conversas que revelam como era a atuação do ministro contra jornalistas conservadores e políticos ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.
O requerimento de Bia convida o perito Eduardo Tagliaferro para prestar esclarecimentos à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Na justificativa, a deputada cita as mensagens reveladas pela Folha de S.Paulo que mostram que Tagliaferro, ex-chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED), era responsável pela apuração, pela investigação e pela elaboração de relatórios encomendados pelo então presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes.
“A troca de mensagens sugere que houve supostamente adulteração de documentos, prática de pesca probatória, abuso de autoridade e possíveis fraudes de provas. Os alvos escolhidos sofreram bloqueios de redes sociais, apreensão de passaportes, intimações para depoimento à PF, entre outras medidas. Todos os pedidos para investigação e produção de relatórios eram feitos via WhatsApp, sem registros formais”, resume a deputada.
Eduardo Bolsonaro, alvo direto de Moraes, apresentou requerimentos para convidar os 4 auxiliares do ministro
Já Eduardo Bolsonaro, que foi alvo de inquérito de de Moraes a pedido do próprio ministro, quer chamar, além de Tagliaferro, os juízes Marco Antonio Vargas e Airton Vieira, ambos do TSE.
Ao justificar o convite a Vargas, Eduardo afirma que o depoimento dele “seria fundamental
para esclarecer os fatos e assegurar a transparência nas ações do Judiciário, evitando o uso político de processos judiciais”. Ele também transcreve um trecho de reportagem em que Vargas afirma a Tagliaferro que “Moraes quer pegar o Eduardo Bolsonaro” e chama o deputado de “bandido”.
Nos requerimentos para convidar Vieira e Tagliaferro, Eduardo apresenta justificativa semelhante.
Em reação às revelações feitas pela Folha, Moraes abriu, de ofício, ou seja, sem pedido do Ministério Público, um inquérito para apurar o vazamento das mensagens (e não o conteúdo delas), o que despertou inúmeras críticas, já que ele próprio, Moraes, teria cometido ilegalidades com as ordens dadas aos seus auxiliares ao escolher alvos e produzir provas.
Em entrevista, Tagliaferro negou ter feito o vazamento das informações, disse que o conteúdo das mensagens reveladas pela Folha é verdadeiro e que agora está sendo perseguido por Moraes.