O governo alemão, atualmente representado por uma coalizão de esquerda liderada por Olaf Scholz, observa com temor a proximidade das iminentes eleições regionais em dois estados-chave. No dia 1º de setembro, Saxônia e Turíngia realizarão eleições que prometem ser históricas, com uma vitória esmagadora dos soberanistas da Alternativa para a Alemanha (AfD), enquanto, pela esquerda, também avança a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW).
Na antiga Alemanha Oriental, cresce o descontentamento com a política e as ações do governo federal de coalizão, a ponto de, segundo as pesquisas, a AfD se impor como o partido mais forte na Saxônia e na Turíngia, seguido pelos democrata-cristãos (CDU), enquanto a Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), uma formação de esquerda nacional criada no último inverno, ocupa o terceiro lugar e começa a ganhar terreno com 15-20% dos votos.
Eles são uma dupla improvável: AfD, à direita, e BSW, à esquerda, ambas as formações estão unidas por sua oposição ao globalismo imposto pelo governo alemão.
Uma pesquisa realizada em janeiro deste ano mostrou que, se as eleições na Saxônia tivessem ocorrido então, o partido anti-imigração AfD teria obtido quase certamente a maioria dos votos, com 37%, seguido pela CDU com cerca de 30%, enquanto os social-democratas nem sequer entrariam no Parlamento estadual.
Os números mais recentes mostram uma pequena diferença, mas isso não significa que Michael Kretschmer, líder da coalizão de democrata-cristãos, socialistas e verdes na Saxônia, possa estar tranquilo. As pesquisas de opinião mostram que eles têm apenas uma vantagem de 4%, enquanto a AfD está em um segundo lugar próximo, com 30%.
E o grave ataque terrorista em Solingen na sexta-feira e o aumento constante de outros crimes relacionados a imigrantes podem complicar ainda mais as coisas para Kretschmer.
Na Turíngia, onde a CDU está no governo com os Verdes, a AfD lidera o processo com 30%, enquanto apenas 21% apoiam a CDU e 3% os Verdes.