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O vácuo de governança de Lula orna com a vaidade de Flávio Dino, avalia Estadão

Foto - Sergio Lima

Ministro do STF ‘autorizou’ a abertura de créditos para evitar que o presidente incorra em crime de responsabilidade

No domingo 15, Flávio Dino, membro do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou o governo de Luiz Inácio Lula da Silva apresentar um plano de combate a incêndios florestais. Também “autorizou” a abertura de crédito extraordinário para mitigar as queimadas e secas na Amazônia e Pantanal. O conforto do presidente diante da “decisão monocrática” do “ministro novato” foi o tema do editorial de opinião do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira, 17.

O texto afirma que, com uma canetada, “Dino permitiu a criação de mais uma exceção às regras do maltratado arcabouço fiscal, autorizando a criação de dinheiro mágico, inexistente no planejamento oficial, com o evidente propósito de evitar que o presidente incorra em crime de responsabilidade”.

“Dino não pode acordar num belo dia e, ao tomar conhecimento de que mais da metade do país está coberta por uma espessa nuvem de fumaça, determinar o que o governo federal deve fazer; nem muito menos cabe a ele dizer de onde hão de vir os recursos para custear as ações”, analisou o jornal.

Lula e Flávio Dino diante da ‘bagunça institucional’ no Brasil

Para o Estadão, o comportamento de Dino “indica que essa bagunça institucional instalada no Brasil dificilmente será arrumada”. Pelo menos até que “a vaidade, as opiniões pessoais e as agendas políticas sejam postas de lado”.

E, “para justificar o injustificável”, Dino chegou a comparar os incêndios às enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul. “Como se o governo Lula não tivesse recebido inúmeros alertas ao longo deste ano sobre o descontrole das queimadas (…) enquanto as chuvas sobre os gaúchos eram imprevisíveis naquele volume”, comparou o editorial.

A publicação conclui que o ministro do STF é um juiz que “jamais deixou de ser político”. E que foi indicado por Lula ao cargo exatamente por esse motivo. 

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