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O Brasil tem células terroristas dormentes em preparação, afirma sargento de Israel

Foto - Divulgação/Arquivo pessoal

Militar falou ainda sobre o combate ao terrorismo no Oriente Médio

Na semana passada, o atentado do grupo terrorista Hamas, no sul de Israel, completou um ano.

Em 7 de outubro, mais de mil civis foram mortos pelos extremistas, que sequestraram ainda mais de 250 pessoas.

Henry Tkacz, sargento da reserva das Forças de Defesa de Israel (FDI), testemunhou as cenas de horror. À Revista Oeste, o militar lembrou momentos que passou e rebateu acusações de genocídio contra Israel. Tkacz disse ainda que é dever do mundo enfrentar o radicalismo, cujos tentáculos já chegaram ao Ocidente. “O que não faltam no Brasil são células terroristas dormentes, ainda atuando em financiamento”, contou.

A seguir, os principais trechos da entrevista.

O que mais te impactou durante as operações na Faixa de Gaza?

A doutrinação que foi feita dentro da sociedade palestina. O Hamas é o governo na Faixa de Gaza desde que tomou o poder do Fatah, em 2006. A partir de aí, controlam da saúde à educação. Para ter ideia, nas escolas, o grupo usa o Mein Kampf, de Adolf Hitler. Livros escolares na Faixa de Gaza ensinam às crianças que é certo matar judeus, pessoas com kippah e morrer pela guerra santa. Vivenciei situações nas quais gente do Hamas colocou a própria filha para fora de um túnel para ver se as FDI atiravam nela, enquanto uma câmera gravava tudo. Nós, como ocidentais, queremos pensar com a cabeça ocidental dentro de um conflito no Oriente Médio, onde há uma outra realidade. Quando se combate grupos terroristas, os fatos são um só: a lei do mais forte.

Os civis apoiam o que o Hamas faz?

Grande parte, sim. Nas imagens do 7 de outubro que circulam na internet, é possível ver praticamente toda a população de Gaza nas ruas comemorando e cuspindo em corpos arrastados para dentro da cidade. Temos também imagens que exibem civis palestinos invadindo Israel, depois da terceira onda de ataques terroristas. Atualmente, o problema de Israel não é só acabar com o Hamas, mas também o que fazer depois com a ideologia terrorista implementada na sociedade palestina.

O Ocidente vê o Hamas como um grupo terrorista. E como os palestinos enxergam o Hamas?

Parte dos civis de Gaza veem o Hamas como um movimento revolucionário brigando contra um país imperialista, que seria Israel, enquanto outra parcela busca asilo em nosso país. Há palestinos homossexuais que procuram abrigo conosco, pois, se continuarem em Gaza, serão enforcados e vão ter o corpo arrastado por motos pela cidade a fim de servirem de exemplo aos demais.

Quais atividades você exerceu no Exército e no campo de batalha na Faixa de Gaza?

Sou de um batalhão de forças especiais. Nossa função foi combater, neutralizar e prender os terroristas que haviam invadido Israel e, até então, que estavam em território israelense. Depois, recebemos a ordem de entrar em Gaza para missões esporádicas com a finalidade de procurar corpos de reféns levados para além da fronteira. Em seguida, fomos enviados para tomar a região de Hanyounis, uma cidade ao sul de Gaza, mais especificamente uma área chamada Al-Kahara. É um bairro a nordeste de Hanyounis. Lá, a nossa missão foi atacar centrais terroristas.

Durante as operações, autoridades internacionais criticaram Israel e disseram que o país massacra os palestinos. Como o senhor vê essas críticas?

Não tivemos muito contato com civis palestinos. Estávamos em zonas de combate. As pessoas precisam entender que, se Israel quisesse realmente fazer um genocídio, faria a tal ponto de não existir mais a Palestina, pois o que não falta é poder bélico. Israel se preocupa muito mais com a integridade da população civil palestina do que com a dos seus próprios soldados. Nossa guerra não é e nunca foi contra a população palestina, mas, sim, contra os terroristas.

E como foi a sua experiência em lidar com o Hamas? Quais foram os maiores desafios em combater um grupo terrorista?

O maior desafio é enfrentar um inimigo medroso que age como rato. Eles tiveram coragem para matar e estuprar crianças e mulheres no ano passado, mas quando o Exército israelense entra em Gaza, os terroristas praticamente não saem dos túneis. Eles exibem metade do corpo, atiram e fogem de novo. A dificuldade de operar nos túneis é muito grande porque eles têm muitas entradas e saídas. A grande dificuldade é enfrentar um grupo terrorista que não segue as leis internacionais e que conhece o território melhor que você. O que Israel está fazendo hoje é ser pioneira na questão de estratégia militar.

O Instituto de Inteligência e Operações Especiais de Israel, popularmente conhecido como Mossad, atingiu o seu ápice de eficiência?

O Mossad nunca vai atingir o ápice de eficiência porque precisa se adaptar constantemente às necessidades da segurança do país. Isso serve para perigos eminentes externos como internos. O grande diferencial do Mossad é a capacidade de se adaptar à situação e combater o inimigo com ideias novas e onde nunca ninguém espera. Sempre algo novo pode acontecer.

No Oriente Médio há vários grupos terroristas distintos, como o Hezbollah, Hamas, Houthis, Estado Islâmico. Essas milícias possuem algumas crenças diferentes, mas todos se unem para combater Israel. Por que isso acontece?

Porque a ideologia muçulmana extremista prega que Israel é o pequeno diabo e que o cristianismo, nos Estados Unidos, é o diabo grande. Hoje, esses grupos terroristas têm Israel como a porta de entrada do Ocidente. Israel evita com que a gente tenha uma jihad completa, uma luta santa, iniciada por esses grupos terroristas no mundo. Essa luta pode se expandir até o Brasil facilmente. O que não faltam no Brasil são células terroristas dormentes, ainda atuando em financiamento, em preparações de atos, mas não fazendo o ato em si dentro do Brasil. Acho que eles sabem que o grande perigo é Israel, a nação mais forte militarmente dentro do Oriente Médio. Israel é a única democracia completa na região e, para eles, dominar a área seria uma questão histórica. Óbvio que isso nunca vai acontecer, mas a destruição de Israel seria a principal porta de entrada para eles virem para o Ocidente.

Há uma escalada nos conflitos nos últimos dias. Na sua visão, qual é o futuro das guerras no Oriente Médio? Você acha que a situação vai piorar?

Acho depende do que vai acontecer nas eleições americanas. Se Donald Trump vencer, teremos a possibilidade de melhora no panorama de segurança internacional. Agora, se a Kamala Harris ganhar, acho que o mundo estaria se encaminhando ao ponto mais sensível desde a Segunda Guerra Mundial.

É possível destruir o Hamas?

Sim, e já está 90% destruído. Eles não têm poder de resposta militar. Em outros tempos, enviariam de 2 a 3 mil foguetes no mesmo dia.

Quais são os maiores desafios operacionais e éticos enfrentados pelas FDI ao combater os inimigos, principalmente no caso o Hamas, dentro da Faixa de Gaza?

O grande problema ético não é enfrentar os grupos terroristas no meio de civis. O desafio também é a questão da informação e da comunidade internacional, principalmente grande parte da imprensa, principalmente de esquerda. A imprensa não coloca o que é certo e o que é errado, mas colocam e escrevem em cima da ideologia de quem os financia. Como combater a desinformação feita contra o povo judeu e contra o povo de Israel? Como a enfrentar um grupo terrorista que entra em Israel, massacra pessoas, arranca cabeças de bebês, colocam bebês vivos no forno e depois parte do mundo ainda acha que eles estão certos? A grande questão da ética é que parte do mundo não se importa com a questão humanitária. A questão humanitária para eles é seletiva. Ela só funciona se for para os inimigos de Israel. Hoje, estamos testemunhando o antissemitismo descarado na Organização das Nações Unidas e até no governo brasileiro.

Como os terroristas tratam a população civil palestina?

Se o Hamas te pegar roubando por estar com fome e em dificuldades, vão te bater e até matar. Toda a ajuda humanitária que entra em Gaza é saqueada pelo Hamas e vendida para a sua própria população. O Hamas, desde o começo da guerra, lucrou mais de US$ 500 milhões somente com ajudas humanitárias. O que não falta são provas, vídeos e imagens mostrando como a própria população de Gaza é tratada.

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