Nísia Trindade afirmou que antes da notificação, na última sexta-feira, 11, não existia motivo para acionar as autoridades
A ministra da Saúde, Nísia Trindade, reconheceu nesta quarta-feira, 16, que a pasta soube da contaminação por HIV em pacientes transplantados no Rio de Janeiro há um mês. No entanto, não levou a investigação adiante “por falta de evidências”.
Na última semana, quando o caso veio à tona, o ministério afirmou que tinha começado uma apuração interna no dia 14 de setembro, quando recebeu a primeira denúncia de um paciente infectado.
Nísia disse que antes da notificação, na última sexta-feira, 11, não existia motivo para acionar as autoridades.
“Apenas quando se caracteriza suspeição de possível ação criminosa é que a polícia deve ser acionada”, disse a ministra de Lula à Band. “E a partir do momento que novos casos foram verificados e que indícios começam a ser levantados, é que eu procurei a Polícia Federal, que é o papel que cabe a uma instância federal.”
Nísia confirmou que o Ministério da Saúde soube do primeiro caso de infecção no dia 14 do mês passado. Depois disso, a pasta afirma que mandou um ofício à Central de Transplantes do Rio de Janeiro e instituições envolvidas, em que exigia ações depois da confirmação do caso.
A investigação pela Polícia Federal, porém, começou somente depois da revelação de que outras cinco pessoas tinham sido infectadas pelo vírus do HIV por órgãos contaminados.
Saúde diz que agiu de forma rápida para proteger contaminados por HIV
Em nota enviada ao portal Gazeta do Povo, a pasta informou que agiu de forma rápida para mitigar os danos e proteger os pacientes afetados.
“O Ministério da Saúde manifesta seu irrestrito apoio aos pacientes e suas famílias”, destacou.
O ministério garantiu que os pacientes infectados e seus contatos estão recebendo atendimento especializado, que a situação está sendo tratada com “extrema seriedade”, com foco na segurança dos transplantados e na integridade do sistema de saúde.
Ao Poder360, a pasta disse ter solicitado uma investigação completa à Vigilância Sanitária Estadual (Visa) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desde 13 de setembro.
Ainda, que notificou os hospitais onde os transplantes foram realizados e que determinou uma “auditoria urgente” pelo Departamento Nacional de Auditoria do SUS (Denasus).