Cabeleireira paulista escreveu o documento em outubro de 2024
Em 6 de outubro de 2024, a cabeleireira Débora dos Santos, de 39 anos, escreveu uma carta endereçada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). No documento, de três páginas, Débora comenta a sua participação no 8 de janeiro e revela o que a motivou a escrever, com batom, a frase “perdeu, mané”, na estátua da Justiça, que fica em frente à Corte. O caso dela está no STF. Em meio ao julgamento, o ministro Luiz Fux pediu vista (mais tempo de análise) e suspendeu a sessão. Débora pode pegar até 14 anos de cadeia.
Logo no início do texto, Débora escreve que não sabe, ao certo, “como se dirigir a alguém de um cargo tão importante” e pede ao juiz do STF que “desconsidere eventuais erros”, por ser uma mulher humilde. Ela informou ainda que é cristã, trabalha desde os 14 anos, tem marido e possui dois filhos menores: um de 10 e outro de 8 anos. “Sou uma cidadã comum e simples e sempre mantive minha conduta ilibada, jamais compactuei com atitudes violentas ou ilícitas”, disse Débora, no documento obtido na íntegra por Oeste.
Sobre a manifestação, ela garantiu ao ministro que foi a Brasília por acreditar que aconteceria uma “manifestação pacífica e sem transtornos”. “Devo deixar claro que, em nenhum momento, eu adentrei em qualquer sede dos Poderes”, assegurou. “Fiquei somente na Praça.”
Débora justifica, depois, que manchou o monumento “no calor do momento”. “Cheguei a cometer aquele ato tão desprezível (pichar a estátua)”, disse. “Posso assegurar que não foi nada premeditado. Foi no calor do momento e sem raciocinar.” A cabeleireira disse ainda que apenas terminou de escrever o que já estava sendo redigido no monumento por um homem que ela não conhecia.
Débora dos Santos fala em sofrimento dos filhos
Conforme Débora, durante o período em que ficou na cadeia (dois anos de prisão preventiva), ela perdeu “mais que a liberdade”. “Perdi a chance de ajudar o Rafinha na alfabetização, não o vi fazer a troca dos dentinhos de leite, perdi dois anos letivos dos meus filhos e momentos que nunca mais voltarão”, disse.
“Meus filhos estão sofrendo muito”, observou Débora. “Choram todos os dias pela minha ausência.”
Uma resposta
COMO NÃO SE SENSIBILIZAR COM AS PALAVRAS DESSA MÃE? A LEI É CLARA PARA ESSE TIPO DE CONDUTA E NÃO É O QUE ESTAMOS VENDO. O HOMEM QUE TOCOU FOGO NA ESTATUA DE BORBA GATO FOI CONDENADO A TRÊS ANOS, NÃO CUMPRIU NENHUM, POIS SUA PENA FOI REVERTIDA EM SERVIÇOS COMUNITÁRIOS. CADÊ A JUSTIÇA? E A MULTA DE R$30.000.000,00? QUEM TEM CACIFE PARA PAGAR? UMA CABELEIREIRA?