Atual diretor-geral da Abin, Luiz Fernando Corrêa será ouvido em apuração da PF sobre suposta espionagem ilegal feita pela agência de inteligência
A Polícia Federal (PF) intimou o atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para depor no inquérito sobre a existência de uma estrutura de espionagem ilegal no órgão durante o governo de Jair Bolsonaro (PF).
Luiz Fernando Corrêa foi indicado para o cargo pelo presidente Lula (PT), de quem foi diretor-geral da Polícia Federal no segundo mandato. A previsão é que ele seja ouvido ainda nesta semana.
A informação confirmada é de que o atual chefe da Abin será questionado sobre uma suposta obstrução da investigação da “Abin Paralela” e sobre a operação de espionagem contra autoridades paraguaias no contexto das negociações sobre Itaipu.
A atual cúpula da Abin já foi alvo da investigação sobre espionagem sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.
Em outubro de 2023, quando foi deflagrada a primeira fase da Operação Última Milha, um dos alvos foi o então número 3 de Luiz Fernando Corrêa, Paulo Maurício Fortunato. Ele foi afastado do cargo, e em sua casa foram encontrados US$ 171 mil.
Em janeiro de 2024, duas novas fases e a citação da PF sobre uma possível obstrução da investigação derrubaram o então número 2 de Corrêa, delegado Alessandro Moretti.
A investigação da “Abin Paralela” teve início para apurar o suposto uso do software First Mile contra jornalistas, desafetos e adversários de Bolsonaro.
Após a primeira fase, a PF passou a apurar também o uso da estrutura que, segundo a mesma, para espalhar “desinformação e produzir dossiês contra adversários”.
No caso da espionagem contra autoridades paraguaias, um servidor da Abin disse em depoimento à PF que a operação de inteligência teve início no governo Bolsonaro, mas continuou na Abin já no governo Lula com autorização de Luiz Fernando Corrêa.
Crédito Metrópoles