A ida de pelo menos 100 servidores a Nova York custou mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos
Pelo menos cem pessoas, entre servidores, ministros e representantes de estatais, acompanharam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na ida à 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York. A viagem da comitiva custou cerca de R$ 3,3 milhões em hospedagem e transporte.
Além dos compromissos oficiais, parte do grupo aproveitou momentos de lazer, como registraram em redes sociais, conforme apuração do portal Metrópoles. Servidores compartilharam fotos de passeios em ônibus turísticos e corridas matinais no Central Park, evidenciando que nem todo o tempo foi dedicado a agendas institucionais.
A diretora de Políticas para Quilombolas e Ciganos do Ministério da Igualdade Racial, Paula Balduíno de Melo, exibiu, no Instagram, visita a pontos históricos de Manhattan, embora o ministério afirme que ela não compõe a delegação principal da Assembleia-Geral da ONU. Ela esteve na cidade para uma reunião paralela, entre os dias 21 e 26.

O secretário extraordinário de Controle dos Desmatamentos do Ministério do Meio Ambiente, André Rodolfo de Lima, publicou a realização de uma corrida de 10 quilômetros no Central Park. “Depois de quase 12 anos de uma São Silvestre, voltei a correr 10k”, escreveu. “Mas o melhor mesmo é que as duas melhores voltas foram o 9º e o 10º k!”
O Ministério do Meio Ambiente informou que a atividade física do secretário ocorreu fora do horário de trabalho, sem comprometer sua agenda nem gerar custos extras. A pasta enviou pelo menos sete servidores a Nova York, além da ministra Marina Silva, que já se encontrava nos Estados Unidos.

A pasta ainda destacou, em nota, a recomendação da OMS para a prática semanal de 150 a 300 minutos de atividade física por adultos, salientando benefícios para a saúde e a importância do combate ao sedentarismo.
Lima participou de um painel sobre cooperação internacional para prevenção de incêndios, com a presença de representantes estrangeiros e do governo brasileiro. O debate será levado à COP30, em um contexto de discussões sobre as chamadas mudanças climáticas e controle do fogo.
Outros representantes, como o diretor de Políticas Públicas Transversais de Juventudes, Nilson Florentino Júnior, também marcaram presença nos registros do Central Park. A Secretaria-Geral da Presidência não respondeu sobre detalhes da participação de Florentino.

Comitiva do governo Lula na Assembleia da ONU pode ser maior
Os dados sobre a comitiva foram apurados a partir de portarias no Diário Oficial da União, mas o número de participantes pode ser maior, já que nem todos os nomes foram publicados. Faltam informações sobre os seguranças da equipe avançada responsável pela logística da viagem presidencial.
Uma portaria assinada pelo assessor especial da Presidência para Assuntos Internacionais, Celso Amorim, autorizou o afastamento de servidores entre os dias 17 e 26, sem detalhar publicamente quem são os integrantes, segundo o Metrópoles.
Os valores já pagos na ida à Assembleia da ONU incluem R$ 1,4 milhão à empresa World Luxury Hospitality para aluguel de veículos e R$ 1,8 milhão em hospedagem, divididos entre o Omni Berkshire Place e o Hyatt Grand Central, ambos próximos a pontos turísticos de Nova York, totalizando R$ 826 mil e R$ 955.768,39 respectivamente.