Davi Alcolumbre (União), que é considerado favorito para a Presidência do Senado em 2025, já fechou acordo com o PSD para indicar um nome da legenda de Gilberto Kassab ao comando da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da casa. O objetivo é barrar, não só o impeachment, mas qualquer iniciativa que ameace o poder dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Uma das possibilidades é manter a dobradinha com Rodrigo Pacheco. Embora o senador vislumbre assumir o Ministério da Justiça de Lula, ele poderia cumprir a missão por um ano na Casa para depois ser indicado ao Tribunal de Contas da União, na vaga de Aroldo Cedraz, que se aposenta em fevereiro de 2026. O TCU seria um trampolim para o próprio Supremo num futuro próximo.
Seja como for, o PSD tem outros 14 senadores para assumir o encargo na CCJ, dois quais dois já se manifestaram contra o impeachment de Moraes (Otto Alencar e Omar Aziz).
A postura adesista de Alcolumbre ao STF, porém, deve provocar reação no PL, que vinha articulando apoio à sua candidatura de olho justamente na CCJ — o PSD teria de abrir mão da preferência, pois tem a maior bancada –, mas especialmente no compromisso do senador do Amapá com pautas que buscam reequilibrar a relação entre Legislativo e Judiciário.
Na última eleição, porém, o PL lançou candidato próprio (Rogério Marinho) contra Rodrigo Pacheco, perdeu e acabou ficando sem nenhuma comissão. Desta vez, a ideia era agir de forma pragmática, mas o cenário que se desenha não deixa alternativa à oposição que não seja a de lançar novamente outro candidato. Trata-se de não abrir mão de princípios fundamentais para a direita, hoje perseguida pelo STF. Ou seja, trata-se de garantir sua própria sobrevivência.