Favorito é Friedrich Merz, 69 anos (CDU, direita), seguido por Alice Weidel, 45 anos (AfD, direita) e pelo atual chanceler, Olaf Scholz, 66 anos (SPD, centro-esquerda)
Os 3 partidos que lideram a corrida para as eleições nacionais na Alemanha oficializaram no sábado (11.jan.2025) os candidatos que lançarão ao Executivo.
Um novo pleito foi convocado antecipadamente para 23 de fevereiro depois que o atual chanceler, Olaf Scholz, perdeu um voto de confiança do Legislativo em dezembro. Inicialmente, os alemães só iriam às urnas em setembro.
Saiba abaixo quem são os candidatos:
- SPD (Partido Social-Democrata, centro-esquerda) – Olaf Scholz, 66 anos (reeleição).
- AfD (Alternativa para a Alemanha, direita) – Alice Weidel, 45 anos; e
- CDU (União Democrata Alemã, direita) – Friedrich Merz, 69 anos.
Olaf Scholz
O SPD anunciou o atual chanceler Olaf Scholz como candidato à reeleição. O partido realizou reunião na capital Berlim.
Em seu perfil no X (ex-Twitter), Scholz falou em ser uma “força política” que “defenda as pessoas comuns”. Segundo ele, a Alemanha “precisa de segurança, modernização e coesão” e, sem citar nomes, disse que “querem destruir” a democracia do país “com a sua motosserra”.
“É evidente que nunca jogaremos segurança, economia e coesão uns contra os outros […] Lutamos para preservar e renovar a marca de sucesso ‘Made in Germany’. Para as pessoas comuns do nosso país. É por isso que estamos lutando!”, escreveu.
A instabilidade política na Alemanha, que resultou na antecipação do pleito, começou com o rompimento da coalizão que governava o país.
A baixa popularidade das políticas econômicas, crises legislativas e outras divergências contribuíram para o fim do grupo.
Scholz é advogado. Ele já foi prefeito de Hamburgo, ministro das Finanças e vice-chanceler antes de assumir o cargo mais importante do poder alemão, em 2021, quando Angela Merkel (CDU, direita) deixou o posto ao anunciar a aposentadoria.
Alice Weidel
Já em convenção em Riesa, na Saxônia, o partido de direita escolheu Alice Weidel. O anúncio foi transmitido ao vivo pelo X, plataforma do bilionário Elon Musk, que apoia a candidata.
Segundo a imprensa local, Weidel defendeu a deportação em massa, chamando de “remigração”. A defesa de uma política migratória mais rígida é uma das principais bandeiras da AfD (entenda mais abaixo).
A candidata também disse que, caso eleita, irá “derrubar todas as turbinas eólicas”. Ela defendeu o uso de energia nuclear e do gasoduto Nord Stream –impasse desde o início da guerra na Ucrânia.
Apesar de a cidade ser um dos redutos do partido, houve protestos para impedir a realização do evento. A polícia estima que ao menos 10.000 manifestantes compareceram. As manifestações atrasaram o começo da convenção em algumas horas.
Weidel é formada em economia e administração. Antes de entrar para a política, trabalhou no banco Goldman Sachs. É lésbica, sendo casada com Sarah Bossard, imigrante natural do Sri Lanka. É mãe de 2 filhos.
Nos últimos meses, Elon Musk se tornou um dos principais apoiadores de Weidel no cenário internacional.
Ele já pediu que os alemães façam como os norte-americanos, em referência à eleição de Donald Trump (Partido Republicano), e votem na direita. Segundo ele, “só a AfD pode salvar a Alemanha”.
Em artigo no jornal Welt am Sonntag, Musk escreveu que “o retrato do AfD como um partido de extrema-direita é claramente falsa, considerando que Alice Weidel, a líder do partido, tem uma parceira de mesmo sexo do Sri Lanka! Isso soa como Hitler para você? Por favor!”.
Em live com o dono do X, a candidata disse que Adolf Hitler “não era um conservador, ele era um cara comunista e socialista”. Segundo reportagem do Welt am Sonntag, o avô dela, Hans Weidel, integrou o governo nazista.
O Alternativa para a Alemanha foi criado em 2013 em resposta à crise do euro e às políticas de resgate da UE. Inicialmente, era uma sigla liberal e eurocética, ou seja, contra a integração da Alemanha com a União Europeia.
Entrou no Bundestag pela 1ª vez em 2017. Hoje, tem 77 dos 733 assentos no Legislativo alemão, sendo a 5ª maior bancada.
A partir de 2015, começou a focar na questão migratória depois da crise dos refugiados nesse mesmo ano, quando a Alemanha acolheu mais de 1 milhão de pessoas vindas de Síria, Afeganistão e Iraque.
A sigla está sob vigilância do serviço de inteligência do país, conhecido como BfV (Bundesamt für Verfassungsschutz) ou Departamento Federal de Proteção da Constituição, por suspeita de extremismo e risco à democracia desde 2021.
Friedrich Merz
No mesmo dia, em Hamburgo, a 2ª maior cidade da Alemanha, o CDU, partido da ex-chanceler Angela Merkel, escolheu o líder da sigla, Friedrich Merz, para concorrer ao Executivo.
Advogado de formação, antes de entrar para a política, Merz cumpriu serviço militar como soldado do Exército Alemão. Formou-se na Universidade de Bonn e trabalhou na Associação Alemã da Indústria Química em Bonn e Frankfurt até 1989.
Em seu discurso, Merz afirmou que o partido está pronto para a mudança. “É necessária uma mudança fundamental na política econômica, no mercado de trabalho, na migração, na segurança interna e em partes da política externa e de segurança”, disse.
O PLEITO
Com a queda do governo Scholz, o presidente Frank-Walter Steinmeier anunciou a dissolução do Bundestag, o Parlamento alemão, e confirmou um novo pleito.
Uma pesquisa do instituto alemão Insa (Instituto para Novas Respostas Sociais), divulgada pelo jornal Bild no sábado (11.jan), mostra que o CDU lidera com 30% das intenções de voto. O AfD fica em 2º lugar, com 22% das intenções de voto e o SPD 16%.
A pesquisa foi realizada de 6 a 10 de janeiro com 1.209 eleitores. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais.