Avaliação é de que presidente do Senado mandou recado para o Planalto
Senadores aliados do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), avaliam que o adiamento da sabatina de Jorge Messias não alivia nem um pouco a relação com o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Muito pelo contrário: o recado é de que só piora.
O conselho ao Palácio do Planalto, repassado à CNN sob reserva segundos após Alcolumbre decidir cancelar a sessão do dia 10/12, foi direto: “se fosse o Lula, não enviava a mensagem presidencial”. Isso porque a derrota é dada como certa.
Parlamentares afirmam que, como o governo não enviaria a mensagem presidencial, Alcolumbre acabaria preso em uma “artimanha” do Planalto e, por isso, decidiu cancelar. O recado é que não há vitória do governo, já que não existe qualquer nova previsão para a realização da sabatina. Hoje, a avaliação majoritária é de que o processo deve se arrastar para 2026.
Alcolumbre expressou na nota a irritação com a estratégia do Palácio do Planalto em segurar o envio da mensagem presidencial. Uma questão técnica, mas que na prática emperra a realização da sabatina e da votação.
Três técnicos do Senado consultados pela CNN, inclusive da Mesa Diretora, já apontavam que não haveria respaldo em votar a indicação sem o cumprimento desse rito. A avaliação é de que a publicação no Diário Oficial da União não bastava porque o que se vota, na prática, é a mensagem presidencial.
Ainda assim, foi avaliado ignorar isso e ir pela publicação do Diário Oficial. O problema é que se fosse por esse caminho, o Senado geraria um precedente considerado perigoso.
Davi subiu o tom ao comentar a questão: “essa omissão, de responsabilidade exclusiva do Poder Executivo, é grave e sem precedentes. É uma interferência no cronograma da sabatina, prerrogativa do Poder Legislativo”, diz a nota.
Aliados de Messias trabalhavam para adiar em pelo menos uma semana a sabatina, sob o pretexto de que o tempo estava curto para ele virar o cenário hoje desfavorável à aprovação.
Nesta terça-feira (02), o advogado-geral da União tem um jantar marcado com membros da bancada evangélica, políticos e ministros do STF. O encontro é visto como um evento de apoio a Messias. São esperados ministros como André Mendonça e Gilmar Mendes, prefeitos e pastores.
Membros da bancada evangélica procurados pela CNN confirmam o convite para o encontro, mas evitam assegurar presença. Os parlamentares querem evitar desconfortos com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que desaprova a indicação de Messias.





