Ameaça de Trump não impedirá sistema de pagamentos do Brics

“É claro que vai continuar”, disse o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia; Lula é um dos defensores do novo método

Os trabalhos no novo sistema de liquidação do Brics continuarão apesar da ameaça do futuro presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), de impor tarifas de importação de 100% aos países que tentem utilizar o novo sistema, informou autoridade russa à agência de notícias Ria.

Segundo a Reuters, Alexander Pankin, ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, afirmou que o Brics está trabalhando em um sistema de liquidação no lugar de uma nova moeda internacional. “É claro que vai continuar”, disse o ministro sobre a criação do novo método de transação monetária.

O Brics estuda a redução da dependência do dólar, devido a vulnerabilidade financeira em caso de oscilações na política econômica dos Estados Unidos. Outro motivo também seria a exclusão de bancos russos do sistema SWIFT. Após a exclusão, a Rússia reivindicou transações em outras moedas diferentes do dólar para não depender tanto do sistema internacional. A China tem realizado incentivos para que negociações sejam feitas na sua moeda local, o yuan.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos defensores do novo sistema de transações financeiras. “O bloco deve avançar na construção de um sistema financeiro menos dependente do dólar, fortalecendo o Novo Banco de Desenvolvimento e a cooperação econômica entre seus membros”, afirmou durante a cúpula dos Brics no mês passado em Kazan, na Rússia.

Donald Trump classificou a ideia de substituir o dólar como “absurda”, exigindo que os países membros do Brics não utilizassem uma nova moeda. “Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics, nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano. Caso contrário, sofrerão tarifas de 100% e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, disse.

O Brics é um bloco de países emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Em 2023, outros Estados integraram o grupo, sendo eles: Arábia Saudita, Irã, Etiópia, Egito e Emirados Árabes Unidos. O Brics possui 46% da população mundial. Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional, o PIB combinado dos países membros ultrapassa o das potências ocidentais.

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