Anistia: líder do PL aponta pressão do Supremo sobre Motta como principal obstáculo

A Polícia Federal investiga o presidente da Câmara por suspeita de desvio de emendas

A proposta de anistia aos acusados de envolvimento no 8 de janeiro enfrenta resistência dentro da Câmara dos Deputados. Segundo o líder do Partido Liberal, Sóstenes Cavalcante (RJ), a principal barreira para o avanço da medida tem origem no Supremo Tribunal Federal.

A pressão dos ministros sobre o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para barrar a proposta de perdão, tem, na avaliação de Sóstenes, travado as discussões. “O principal entrave é a pressão do Supremo sobre Motta”, afirmou o parlamentar.

A Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar o suposto envolvimento do presidente da Câmara em um esquema de desvio de emendas parlamentares. Congressistas veem relação direta entre a ofensiva e a tramitação do projeto de anistia na Casa.

Deputados já reuniram assinaturas suficientes para garantir a tramitação em regime de urgência. Ainda assim, Motta não convocou os líderes para uma conversa reservada sobre o tema. Essa conduta contrasta com o começo das articulações, quando o presidente da Casa pediu aos representantes das bancadas que evitassem assinar o pedido de urgência.

“Temperatura”

Indagado por Oeste sobre a postura atual dos líderes em relação à proposta, Sóstenes respondeu que ainda é preciso “sentir a temperatura”. No entanto, destacou que o comportamento das bancadas não deve ser empecilho.

O deputado também reagiu aos rumores de que o PL não teria procurado os líderes antecipadamente para tratar do tema. Ele garantiu que as conversas ocorreram — e partiram do alto escalão. “Presidente Bolsonaro falou com os presidentes de partido e eu com os líderes”, disse.

Os bastidores da anistia

A reunião de líderes agendada para a quinta-feira 24 deve dar novos contornos à tramitação do projeto. O encontro será decisivo para mensurar o impacto das investidas da base governista, que atua nos bastidores para inviabilizar a proposta.

O Palácio do Planalto aposta no encontro que Lula terá com Motta e líderes partidários da Câmara para tentar barrar o avanço da anistia. A reunião foi marcada para o retorno dos trabalhos legislativos, depois do feriado de Tiradentes.

Segundo integrantes do Congresso, Lula e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, pretendem usar a conversa para pressionar os líderes da base aliada a rejeitar a proposta de perdão. A pauta causa apreensão no governo, que teme derrotas seguidas no Congresso e uma escalada na rejeição popular.

Antes da reunião com Motta, o pestista já havia buscado estreitar laços com o Senado, durante jantar com integrantes da Casa. O Planalto tenta evitar o desgaste político provocado pelo avanço da anistia, considerada a pauta mais sensível para os governistas neste momento.

Crédito Revista Oeste

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