Foto - Joédson Alves/Agência Brasil
O propósito do encontro era atenuar as tensões entre o governo e o presidente da Câmara, que se intensificaram nos últimos dias. No domingo (21), o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se encontraram em meio a uma disputa pública entre Lira e o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, encarregado da articulação política do governo com o Congresso. Embora Lula ou o político alagoano não tenham oficialmente registrado o encontro, eles visavam reduzir as tensões que haviam aumentado recentemente.
Lira chegou a descrever Padilha como “incompetente” e seu “desafeto pessoal”. De acordo com fontes do governo, o encontro foi considerado positivo e contribuiu para amenizar as tensões na relação entre as partes. Além disso, a intenção era conter crises e evitar o avanço das chamadas “pautas-bomba”, que poderiam causar impactos não planejados nas finanças públicas, conforme a equipe econômica.
Uma dessas pautas, que poderia gerar um custo de R$ 42 bilhões por ano, está avançando no Senado. Trata-se da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que institui um quinquênio para cargos específicos no topo da administração pública. A discussão sobre essa proposta começou no plenário do Senado nesta terça-feira (23). De acordo com as regras, são necessárias cinco sessões de debate entre cada um dos dois turnos de votação.
O texto, que propõe aumentos salariais, foi apresentado por Pacheco em março do ano passado. Na prática, a proposta concede um adicional por tempo de serviço de 5% a cada cinco anos para funcionários ativos, aposentados e pensionistas, sem considerar esse valor dentro do limite máximo dos salários no funcionalismo público, permitindo ultrapassar o teto atual de R$ 44 mil. Lula também planeja reunir-se com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas ainda não há confirmação da data para o encontro.