Após suposto plano de golpe, Exército prepara reformulação para “kids pretos”

Mudança pode incluir diminuição de tropa

O Exército estuda uma reformulação da formação e atuação dos militares das Forças Especiais após a Polícia Federal apontar a atuação direta dos “kids pretos” em uma suposta trama golpista para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

A Força deu até março para que um diagnóstico completo sobre eventuais ajustes para a tropa dedicada a missões especiais de alto risco, como guerra não convencional, guerrilha, operações contra forças irregulares e contraterrorismo.

Entre as mudanças em discussão está evitar que militares em começo de carreira possam fazer o curso de Forças Especiais. A avaliação na cúpula do Exército é de que para esta formação é preciso um grau de maturidade e experiência maior.

Também estão sendo estudadas alterações nas atividades que hoje são executadas por Forças Especiais. A proposta poderá diminuir a atuação dos chamados “kids pretos”.

Com isso, o Exército não descarta nem mesmo uma redução de número de integrantes do Forças Especiais. Uma primeira percepção é que o número de militares formados pode ser maior do que a necessidade real.

Oficiais-generais admitem que a investigação da Polícia Federal sobre a “trama golpista” colocou uma reformulação das Forças Especiais como prioridade, mas destacam que o grupo de elite é essencial para o país.

O PSOL anunciou no final de semana que solicitará ao Ministério da Defesa o fim do batalhão das Forças Especiais. O governo federal avalia como uma medida exagerada a extinção dos “kids pretos”.

A investigação apontou a participação dos “Kids Pretos” na suposta trama golpista. No dia 19 de novembro, a PF prendeu o general da reserva, Mário Fernandes, e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, todos Forças Especiais, pela suspeita de participar de um plano para matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Em depoimento à PF, Mauro Cid, que também é das Forças Especiais, relatou que o general Walter Braga Netto, preso no sábado (14) entregou dinheiro em uma sacola de vinho para o kid preto Rafael de Oliveira que serviria para o financiamento das despesas necessárias a realização da operação.

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