Argentina anuncia força-tarefa contra o PCC e diz ter mapeamento da facção

A ministra da Segurança da Argentina, Patricia Bullrich, anunciou a criação de uma força-tarefa para combater a expansão do PCC (Primeiro Comando da Capital) no país

A Argentina identificou 28 pessoas vinculadas ao PCC. Alguns foram detidos em unidades do sistema penitenciário federal e provincial, enquanto outros estavam em liberdade, sob investigação ou com antecedentes de expulsão ou extradição.

“Investigações detectaram também práticas próprias do PCC dentro dos presídios argentinos, como cerimônias de iniciação e batismo, em que os novos membros receberam um número de matrícula. Estas práticas replicam o modo de operação documentado no Brasil, onde o PCC construiu grande parte do seu poder a partir de sua influência no sistema carcerário.”
– Ministério de Segurança da Argentina

  • Pascual Mario Bellizzi foi apresentado como o novo chefe do departamento de investigação da polícia federal argentina. Ele liderará as investigações contra o PCC e descreveu o grupo como uma “organização violenta” com intenções de se expandir na América Latina.

Desde sua posse, Bullrich diz ter intensificado ações contra narcotraficantes. O tema é uma preocupação comum entre os países do Mercosul, onde todos os membros enfrentam problemas com facções brasileiras.

  • Um integrante do PCC foi preso em Buenos Aires na sexta-feira. Fábio Rosa Carvalho, foragido desde 2023, foi detido com a ajuda da polícia civil brasileira e deve ser extraditado ao Brasil, onde enfrenta acusações de mais de 100 homicídios.

A ameaça do PCC na região

O PCC é visto como uma organização com métodos mafiosos. De acordo com Bellizzi, o novo comandante da polícia federal argentina, eles realizam acordos e mantêm um forte poder econômico, cuidando de seus membros e familiares.

A presença de detentos brasileiros do PCC se intensificou em penitenciárias do Paraguai, Uruguai e Argentina, Bolívia e Venezuela. Segundo mapeamento do Ministério Público de São Paulo de junho, o grupo se instalou em 28 países e atua em presídios no exterior para comandar e expandir o tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro.

História sobre como o PCC atua na tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai virou ficção na série “DNA do Crime”, da Netflix. Segundo o levantamento, a maioria dos integrantes presos e soltos estão em países como Venezuela (417 presos e 239 soltos), Paraguai (341 presos e 358 soltos), Uruguai (96 presos e 44 soltos), Bolívia (75 presos e 71 soltos) e Argentina (30 presos e 26 soltos) e Peru (26 presos e 30 soltos).

Depois do Brasil, Paraguai é o país com mais integrantes do PCC

Paraguai enviou 25 presos, sendo a maioria do PCC e do Comando Vermelho, ao Brasil, em abril do ano passado. O presidente Santiago Pena afirmou na ocasião que a operação teve como objetivo “desarticular o crime que opera nas prisões e depois repercute nas ruas”.

PCC se estrutura como um modelo particular de organização criminosa dentro da América do Sul. Segundo os pesquisadores Carolina Sampo e Marco Ferreira, da Universidade de Granada, a facção é considerada uma “pré-máfia”, impulsionando a chegada da cocaína por toda a Europa. O PCC deixou de ser fragmentado para se concentrar a multiplicar o poder, não só em um território nacional, mas internacional, “mais flexível e capaz de se adaptar frente às mudanças, o que se torna semelhante a uma máfia, ainda que não tenha se consolidado como uma”.

Crédito UOL

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