Foto – Reuters/Matias Baglietto
Resultado histórico é reflexo da queda de 17,5% nas importações e aumento de 19,4% nas exportações, em meio à recessão econômica
O Instituto Nacional de Estatística (Indec) da Argentina divulgou nesta 2ª feira (20.jan.2025) que o país alcançou superavit comercial de US$ 18,899 bilhões em 2024. O resultado é o maior desde 2009 e ocorre durante período de ajuste econômico do governo Javier Milei.
As exportações totalizaram US$ 79,721 bilhões em 2024, enquanto as importações somaram US$ 60,822 bilhões. O crescimento das vendas externas foi impulsionado pelos produtos primários, que aumentaram 27%, e pelas manufaturas agrícolas, com alta de 24%.
O resultado supera o recorde anterior de US$ 16,885 bilhões, registrado em 2009, e representa reversão significativa em comparação ao déficit de US$ 6,9 bilhões em 2023.
O Brasil mantém-se como principal parceiro comercial argentino, destino de 17,1% das exportações e origem de 23,6% das importações do país. Em seguida aparecem Estados Unidos e Chile como principais compradores.
O primeiro ano do governo Milei registrou redução da inflação de 211% para 117% e o primeiro superavit fiscal em 14 anos. No entanto, os indicadores econômicos positivos são acompanhados por impactos sociais: aumento do desemprego e índice de pobreza superior a 50% no primeiro semestre, embora com tendência de queda nos últimos meses.
Os economistas apontam que o superavit comercial resulta principalmente da contração econômica, que reduziu as importações em 17,5%. O Centro de Economia Política da Argentina (Cepa) destaca que a desvalorização cambial também contribuiu para o acúmulo de dólares no Banco Central entre dezembro de 2023 e maio de 2024.