A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) emitiu nota nesta quinta-feira (25), em solidariedade à jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo. Após revelar reuniões entre o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e o presidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, Malu passou a receber críticas e ataques nas redes sociais.
De acordo com a reportagem, seis fontes revelaram que Moraes teria feito pressão em prol do Banco Master. A esposa do ministro, Viviane Barci, já atuou como advogada da empresa, tendo recebido R$ 129 milhões pelo serviço. A repercussão chegou a novos pedidos de impeachment contra o ministro, acusando-o do crime de advocacia administrativa.
Em nota, tanto Moraes quanto o Banco Central confirmam a reunião, mas dizem que ela ocorreu para tratar das sanções da Lei Magnitsky. O Banco Master teve sua liquidação decretada pela autoridade monetária. O Tribunal de Contas da União (TCU) quer explicações da autarquia, para averiguar se a decisão foi acertada ou se ocorreu precipitadamente.
Veja a íntegra da nota da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
“A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) repudia os ataques online contra a jornalista Malu Gaspar, colunista do jornal O Globo e comentarista da GloboNews, desferidos desde que ela publicou uma reportagem sobre conversas entre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.
Infelizmente, nos últimos anos, se tornaram comuns os ataques misóginos a mulheres jornalistas que fazem reportagens sobre pessoas que ocupam importantes espaços de poder. A Abraji é uma instituição criada para defender o trabalho dos jornalistas profissionais e essa missão deveria ser coletiva. Quando qualquer jornalista sofre intimidação por exercer o seu ofício, perde a sociedade como um todo.
A Abraji se solidariza com Malu Gaspar e fica à disposição, atenta a qualquer ataque contra jornalistas profissionais.”





