As chances de confirmação de alguns dos indicados mais controversos ao gabinete do presidente eleito Donald Trump têm mostrado sinais desfavoráveis, especialmente após a retirada do nome do ex-representante Matt Gaetz para o cargo de procurador-geral dos EUA, devido à falta de apoio no Senado.
Os mercados de apostas ganharam mais atenção desde que foram um dos primeiros indicadores de que Trump venceria a eleição contra a democrata e vice-presidente Kamala Harris. Antes da votação, as chances de vitória de Trump despencaram, mas, 24 horas antes da eleição, dispararam, com o Polymarket — uma plataforma de apostas de criptomoedas financiada em parte por Peter Thiel, bilionário e doador republicano — estimando uma probabilidade de 58% para Trump conquistar um segundo mandato.
Queda nas Chances de Matt Gaetz e Pete Hegseth
Gaetz, um republicano da Flórida, viu suas chances de ser confirmado como procurador-geral caírem de 45% para 21% antes de retirar seu nome devido a uma segunda acusação de má conduta sexual. Ele nega as alegações, mas a situação aumentou a pressão política.
Pete Hegseth, indicado para secretário de Defesa, também enfrenta dificuldades, com acusações de assédio sexual relacionadas a um incidente de 2017. Apesar de ter negado veementemente a acusação, afirmando que o encontro foi consensual, Hegseth admitiu ter feito um acordo financeiro para evitar perder o emprego na época. Suas chances caíram de 74% para 47% em um momento, mas voltaram a subir para 57%.
Tulsi Gabbard: Divisão no Partido Republicano
A ex-deputada democrata do Havaí, Tulsi Gabbard, que agora integra o Partido Republicano, enfrenta resistência dentro de sua própria legenda. Indicada para diretora de Inteligência Nacional, Gabbard sofreu críticas de figuras proeminentes, como Nikki Haley, ex-embaixadora dos EUA na ONU.
Haley condenou Gabbard por sua visita a Bashar al-Assad, presidente da Síria, em 2017, chamando o encontro de “nojento” e acusando-a de repetir “propaganda russa.” Essa controvérsia fez as chances de Gabbard caírem de 81% para 59%, antes de uma leve recuperação para 64%.
Robert F. Kennedy Jr. e Outros Indicados
Robert F. Kennedy Jr., nomeado por Trump para chefiar o Departamento de Saúde e Serviços Humanos, manteve uma posição relativamente estável, com chances de cerca de 70%. Apesar de algumas variações — atingindo 80% na semana passada e caindo para 68% mais recentemente — ele parece ter maior aceitação em comparação com outros indicados polêmicos.
Outros nomes, como Doug Burgum (secretário do Interior), Sean Duffy (secretário de Transporte), Kristi Noem (diretora de Segurança Interna) e Lee Zeldin (chefe da Agência de Proteção Ambiental), mantêm probabilidades acima de 90%.
Novos Nomes e Perspectivas Finais
Na última sexta-feira, Trump anunciou mais indicados, incluindo Russell Thurlow Vought, que atuará como diretor do Escritório de Gestão e Orçamento. Vought desempenhou um papel central na administração anterior de Trump e é associado ao projeto conservador Project 2025.
Esses mercados refletem um termômetro interessante da política americana, mas os desafios no Senado mostram que a confirmação dos indicados será uma batalha que dependerá tanto de alianças quanto da opinião pública.
