Advogado-Geral da União foi escolhido pelo presidente Lula para ocupar uma vaga na Suprema Corte
O ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso afirmou, nesta quinta-feira (20), que a escolha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que o atual advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo “honrará” a Corte.
“Jorge Messias é uma ótima pessoa, foi um admirável advogado-geral da União e estou certo de que honrará o Supremo Tribunal Federal. Fico pessoalmente feliz com a escolha do seu nome”, escreveu Barroso.
Messias, se aprovado pelo Senado, deve ocupar a vaga deixada por Barroso na Corte. A saída do ministro foi oficializada em 18 de outubro.
No STF, o indicado, quando tomar posse, ocupará a Primeira Turma e herdará mais de 900 processos deixados no gabinete de Barroso, incluindo a chamada ADPF das Favelas, que trata sobre a letalidade policial no Rio de Janeiro.
O nome de Jorge Messias foi divulgado como escolhido ao Supremo pelo presidente Lula em comunicado oficial nesta quinta. O chefe da AGU já era favorito ao cargo desde que Barroso anunciou a aposentadoria.
Messias se torna a terceira indicação de Lula no atual mandato. Os outros dois foram Flávio Dino, para o lugar de Rosa Weber; e Cristiano Zanin, que substituiu Ricardo Lewandowski.
Perfil
Formado em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco, Messias construiu uma trajetória marcada pela atuação técnica e pela proximidade com o núcleo político do PT.
Foi consultor jurídico dos Ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia entre 2011 e 2012. Assumiu o cargo de subchefe para assuntos jurídicos da Casa Civil em 2015, durante o governo de Dilma Rousseff.
Messias ganhou projeção nacional naquele ano, quando foi mencionado por Dilma em um telefonema com Lula grampeado pela Operação Lava Jato.
No telefonema, a então presidente dizia que o “Bessias” entregaria um termo que permitiria ao petista assumir o Ministério da Casa Civil, episódio que o tornou figura conhecida do público e símbolo de lealdade ao grupo político de Lula e Dilma.
Com o retorno de Lula ao poder, Messias foi chamado para coordenar a equipe jurídica do governo de transição, no fim de 2022, ainda como procurador da Fazenda.
No ano seguinte, assumiu a Advocacia-Geral da União, de onde comandou a defesa dos interesses do governo junto à Justiça e consolidou uma reputação de discrição e competência técnica.
Sua boa relação com ministros do Supremo, somada à confiança do presidente e ao perfil evangélico, contribuíram para a escolha de Messias ao STF.
No ano passado, Messias participou de uma série de vídeos da Fundação Perseu Abramo sobre “o que pensam os evangélicos petistas”, um gesto interpretado como tentativa de aproximar o partido de um eleitorado historicamente conservador.





