Foto: Reprodução/CNN
Jornalista condenado por difamação de deputada
O jornalista Luan Araújo foi condenado por difamar a deputada Carla Zambelli (PL-SP) em uma coluna publicada na internet. A pena de oito meses de prisão foi convertida em serviços comunitários.
O advogado Renan Bohus, que representa Luan, informou que discorda da decisão e que pretende recorrer. “Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, usufruindo do direito constitucional à liberdade de expressão e liberdade de imprensa quando fez críticas ao segmento político do qual a deputada faz parte.”
A condenação está relacionada a um texto escrito pelo jornalista
A coluna foi publicada no portal Diário do Centro do Mundo. Nela, Luan Araújo aborda a confusão, que ocorreu as vésperas do segundo turno com a deputada, onde afirma que ela mantém uma “seita de doentes de extrema direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades.” Em outro trecho, o jornalista diz que Carla Zambelli é parte de uma “extrema direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte.” O texto foi removido por ordem judicial.
Para o juiz Fabricio Reali Zia, do Juizado Especial Criminal da Barra Funda, em São Paulo, as críticas “excederam os limites do razoável” e prejudicaram a imagem e a reputação da deputada. O magistrado também classificou a publicação como discurso de ódio. “O conteúdo não se ateve a críticas prudentes (‘animus criticandi’) ou a narrar fatos de interesse coletivo (‘animus narrandi’), não consistindo em exercício regular do direito de informação”, escreveu o juiz, acrescentando que a publicação não tinha “qualquer conteúdo relevante de informação a não ser a ofensa pura e simples”.
A sentença afirma ainda que, apesar da perseguição, “a ninguém é dado fazer justiça com as próprias mãos”. “O delito se consumou no exato momento em que a imputação chegou ao conhecimento de terceiros pela notícia publicada na internet”, concluiu o juiz.
Além dos serviços comunitários, o jornalista também foi condenado a pagar multa.
O processo sobre a perseguição tramita no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa do foro da deputada, que responde por porte ilegal de arma e constrangimento mediante uso de arma.
Nota do advogado Renan Bohus
“A defesa do Luan discorda da sentença condenatória e vai recorrer, pois Luan jamais teve a intenção de difamar a Deputada Carla Zambelli. Inclusive, Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, usufruindo do direito constitucional à liberdade de expressão e liberdade de imprensa quando fez críticas ao segmento político do qual a deputada faz parte.”