O Brasil, representado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, se recusou a assinar um documento do Foro de Consulta e Concertação Política do Mercosul. O conteúdo saudava a líder antichavista María Corina Machado, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz de 2025.
O colegiado do Mercosul inclui os cinco membros do bloco — Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Bolívia — além de Chile, Colômbia, Panamá e Peru, que participam como nações associadas.
Lula: silêncio no Planalto e no Itamaraty
A reunião em questão ocorreu em Brasília na última sexta-feira, 10, data do anúncio da premiação, segundo informações da CNN Brasil. Conforme a ata do encontro, “as delegações de Argentina, Colômbia e Paraguai saudaram a entrega do Prêmio Nobel da Paz de 2025 a María Corina Machado por sua incansável defesa da democracia e das liberdades fundamentais”.
A ata não mencionou a posição dos demais participantes. Apenas dois países endossaram formalmente a proposta apresentada pela Argentina. Até o momento, nem o Palácio do Planalto nem o Itamaraty se manifestaram oficialmente sobre a premiação.
Na semana passada, o assessor internacional da Presidência, Celso Amorim, afirmou que a premiação foi mais política do que relacionada à paz. Sua fala converge principalmente com o histórico de posicionamento do governo petista, que mantém distância de María Corina Machado. A líder venezuelana combate, sobretudo, a ditadura de Nicolás Maduro, de quem Lula é aliado.