Artigo aborda reportagem do Wall Street Journal demonstrando que a África do Sul tornou-se um pária nos Estados Unidos após se aliar ao eixo autocrata global
Num artigo publicado na última sexta-feira, 18 de julho de 2025, o Wall Street Journal alertou investidores sobre o risco de subestimar os efeitos de sanções americanas contra a África do Sul. As políticas do governo Lula seguem um caminho semelhante, tornando o texto aplicável quase literalmente ao Brasil.
Segundo o WSJ, a África do Sul tornou-se um pária em Washington devido ao alinhamento com China, Rússia e Irã, à sua postura anti-Israel e à corrupção sistêmica. O artigo, porém, não mencionou um fator relevante: a perseguição a fazendeiros brancos, tema central no recente encontro entre o presidente sul-africano Cyril Ramaphosa e Donald Trump na Casa Branca.
Como resultado, a administração Trump adotou as seguintes medidas:
* Emitiu a Ordem Executiva 14204, suspendendo toda ajuda e assistência financeira à África do Sul.
* Declarou o embaixador sul-africano, Ebrahim Rasool, persona non grata por críticas a Israel.
* Cancelou o visto do enviado especial Mcebisi Jonas por ataques a Trump.
* Elevou tarifas de importação de 10% para 30%.
* Apoiou projetos de lei no Congresso: “Addressing Hostile and Antisemitic Conduct by the Republic of South Africa Act of 2025”, que impõe sanções a líderes sul-africanos, e o “U.S.-South Africa Bilateral Relations Review Act of 2025”, que exige revisão completa das relações bilaterais e sanções a autoridades.
Além disso, o WSJ aventou a possibilidade de sanções mais graves: “Empresas estatais, grandes companhias de energia e telecomunicações, e o setor financeiro podem ser alvos. Bancos sul-africanos correm o risco de perder acesso ao dólar. Empresas chinesas e europeias podem enfrentar sanções secundárias. Cadeias de suprimento aparentemente seguras podem ser atingidas.”
No Brasil, além do cancelamento de vistos de autoridades e do aumento de tarifas de 10% para 50%, os EUA podem impor sanções mais severas, pois o governo brasileiro:
* Importou um recorde de US$ 4,5 bilhões em diesel russo em 2023, subindo para US$ 5,4 bilhões no primeiro semestre de 2024, contra apenas US$ 95 milhões em 2022, desafiando sanções ocidentais.
* Autorizou, em 2023, a atracação dos navios de guerra iranianos IRIS Makran e IRIS Dena no Rio de Janeiro, ignorando alertas dos EUA sobre seu histórico de comércio ilícito e atividades terroristas.
* Enviou, em julho de 2024, o vice-presidente Geraldo Alckmin à posse do presidente iraniano Masoud Pezeshkian, ao lado de líderes do Hamas.
* Apoiou a entrada do Irã no BRICS em 2023, fortalecendo o bloco antiocidental.
* Na Cúpula do BRICS de 2025 no Rio, criticou a “hegemonia do dólar”, dizendo: “Nós cansamos de ser subordinados ao Norte. Queremos ter independência nas nossas políticas… Nós estamos discutindo, inclusive, a possibilidade de ter uma moeda própria, ou quem sabe com as moedas de cada país a gente fazer comércio sem precisar usar o dólar”.
* Classificou as ações de Israel em Gaza como “genocídio”, comparando-as ao Holocausto em fevereiro de 2024, o que levou Israel a declarar Lula persona non grata.
* Anunciou, em julho de 2025, apoio à ação da África do Sul contra Israel no Tribunal Penal Internacional, acusando-o de violações de direitos humanos.
* Absteve-se de condenar violações de direitos humanos pelo Irã na ONU em 2024.
* Condenou, via Itamaraty, “com veemência os ataques militares de Israel e dos EUA contra instalações nucleares iranianas, em violação da soberania do Irã e do direito internacional”.
* Assinou 36 acordos com a China em energia, sustentabilidade, agronegócio, finanças e tecnologia, alinhando-se à Iniciativa Cinturão e Rota de Pequim.
* Censurou plataformas como a Rumble e cidadãos americanos, como o jornalista Rodrigo Constantino. Dado o conjunto da obra, tarifas de 50% estão baratas.
Dado o conjunto da obra, tarifas de 50% estão baratas.