Valor representa a soma de tributos pagos aos governos federal, estaduais e municipais
Muitas pessoas reclamam do alto valor pago em impostos no país e da insuficiência do governo federal em devolver o dinheiro à população. Para ter uma ideia, o brasileiro precisou trabalhar de 1º de janeiro a 29 de maio somente para pagar tributos ao Estado.
A situação fica mais crítica quando se mostra o valor que os governos federal, estaduais e municipais receberam dos pagadores de impostos neste ano. Nesta terça-feira, 7, o montante vai atingir a marca de R$ 3 trilhões. O valor vai ser exibido no Impostômetro, painel instalado na sede da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), no centro da capital paulista.
Impostos pagos pelos brasileiros em 2024
No ano passado, esse patamar foi alcançado em 1º de novembro. Trata-se de um crescimento de quase 10% na arrecadação. De acordo com Ulisses Ruiz de Gamboa, economista do Instituto Gastão Vidigal da ACSP, a antecipação é resultado de uma combinação de fatores que impulsionaram a arrecadação. “Entre eles, destaca-se o aquecimento da atividade econômica”, disse.
Além disso, o economista aponta a inflação como um fator relevante, já que o sistema tributário brasileiro “é fortemente baseado em impostos sobre o consumo, que incidem diretamente sobre os preços de bens e serviços”.
Outras medidas contribuíram para o aumento na arrecadação:
- Tributação de fundos exclusivos e offshores;
- Mudanças nas regras de subvenções concedidas por Estados;
- Retomada da tributação sobre combustíveis;
- Cobrança de impostos sobre apostas on-line;
- Taxação de encomendas internacionais (como a chamada “taxa das blusinhas”);
- Reoneração gradual da folha de pagamentos;
- Fim dos incentivos fiscais ao setor de eventos;
- Aumento de alíquotas do ICMS; e
- Elevação do Imposto sobre Operações Financeiras.
Gastos públicos
O Impostômetro também mostra os gastos dos governos federal, estaduais e municipais, que atingiram cerca de R$ 4 trilhões — quase R$ 1 trilhão a mais do que arrecadaram.
“O desequilíbrio entre arrecadação e despesas primárias é preocupante, porque mostra que o Brasil está operando no vermelho mesmo antes de pagar os juros da dívida”, avalia Gamboa. “Isso compromete a sustentabilidade fiscal e pressiona ainda mais a necessidade de ajustes estruturais nas contas públicas.”