Começou hoje em Brasília a primeira reunião do bloco este ano
O ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, abriu nesta terça-feira (25) a primeira reunião de 2025 das lideranças diplomáticas do Brics, em Brasília.
“Neste cenário em evolução, o Brics tem um papel crucial a desempenhar na promoção de uma ordem mundial mais justa, inclusiva e sustentável. Um mundo multipolar não é apenas uma realidade emergente. É um objetivo compartilhado”, defendeu o chanceler brasileiro.
Mauro Vieira destacou que o foro incorpora as aspirações do Sul Global e defendeu as pautas históricas da organização:
- promoção de mecanismos financeiros alternativos;
- reforma das instituições multilaterais de governança global e
- expansão do uso de moedas locais.
A primeira reunião dos sherpas do Brics, diplomatas que lideram as delegações de cada país nas negociações, segue até esta quarta-feira (26).
“As necessidades humanitárias estão crescendo, mas a resposta internacional continua fragmentada e, às vezes, insuficiente. Se quisermos enfrentar esses desafios, precisamos defender uma reforma abrangente da arquitetura de segurança global”, afirmou Mauro Vieira.
O chanceler afirmou que hoje o Brics representa quase metade da população global, tem 39% do Produto Interno Bruto (soma dos bens e serviços produzidos, PIB) do planeta e é responsável por 50% da produção de energia no mundo.
“Este grupo do Sul Global e nosso papel na formação no futuro nunca foram tão significativos. A recente expansão do Brics de cinco para 11 membros foi um grande desenvolvimento”, completou.
Inteligência artificial
“[A IA] não pode ser ditada por um punhado de atores enquanto o resto do mundo é forçado a se adaptar a regras que eles não tiveram papel na formação. Devemos defender uma abordagem multilateral, que garanta que o desenvolvimento da inteligência artificial seja ético, transparente e alinhado com o interesse coletivo da humanidade”, defendeu Mauro Vieira.
Comércio e clima
Outra prioridade citada pelo ministro Mauro Vieira, na presidência brasileira do bloco, é o fortalecimento do comércio entre seus membros para “aumentar os fluxos comerciais, explorando medidas de facilitação do comércio e estimulando instrumentos de pagamento em moedas locais”.
E acrescentou: “A justiça climática deve estar no centro das discussões internacionais, garantindo que as nações em desenvolvimento tenham a autonomia e os recursos necessários para fazer a transição para economias de baixo carbono sem sacrificar suas metas de desenvolvimento”.
O governo brasileiro elencou seis prioridades para as discussões do grupo:
- Cooperação Global em Saúde
- Comércio, Investimento e Finanças
- Combate às Mudanças Climáticas
- Governança de Inteligência Artificial
- Reforma do Sistema Multilateral de Paz e Segurança
- Desenvolvimento Institucional do Brics.