O resultado do primeiro turno das eleições em Belo Horizonte surpreendeu. Com 97,31% das urnas apuradas, o candidato Bruno Engler (PL) garantiu uma vaga no segundo turno das eleições municipais, com 34,36% (423.885 votos), ao lado do prefeito Fuad Noman (PSD), que aparece em seguida, com 26,52% (327.132 votos).
Apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Engler desbancou o candidato Mauro Tramonte (Republicanos), tendo demonstrado crescimento na reta final do primeiro turno. Com quase 2 milhões de pessoas aptas a votarem, a capital mineira deve assistir um segundo turno bem acirrado.
Em terceiro lugar ficou Mauro Tramonte (Republicanos), com 15,21% (187.622 votos); Gabriel (MDB), com 10,58% (130.527 votos); Duda Salabert, com 7,68% (94.685 votos); Rogerio Correia (PT), com 4,39% (54.174 votos); Carlos Viana (PODE), com 1,00% (12.322 votos); e Indira Xavier, com 0,19% (2.400 votos).
Engler tem 27 anos, é deputado estadual e concorre pela segunda vez à prefeitura de Belo Horizonte e teve o ex-presidente engajado na campanha, com participação na cidade em 5 de setembro, tendo então superado seu principal desafio: atrelar seu nome ao de Bolsonaro, enquanto tentava mostrar ao eleitor belo-horizontino que ele era o “único candidato de direita” no pleito municipal.
Durante a campanha no primeiro turno, o deputado estadual enfatizou bandeiras como a modernização da gestão da prefeitura com novas tecnologias, a ampliação do efetivo da Guarda Municipal e a criação de escolas cívico-militares.
Atual prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) é candidato à reeleição no pleito de 2024. Ele assumiu a capital mineira em março de 2022, quando o então prefeito Alexandre Kalil (PSD) deixou o cargo para concorrer ao governo de Minas Gerais. Noman acumula anos de funcionalismo público com passagens por governos municipal, estadual e federal. É formado Ciências Econômicas pelo Centro de Ensino Unificado de Brasília (Ceub), com pós-graduação no Programação Econômica e Execução Orçamentária e doutor honoris causa pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).
Noman foi funcionário de carreira do Banco Central do Brasil. No governo de Minas Gerais, foi secretário da Fazenda, de Transporte e Obras Públicas e da Copa do Mundo, além de presidente da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) e secretário extraordinário para a Coordenação de Investimentos.
Após o resultado das eleições em BH, os desafios que o próximo prefeito deve enfrentar
O próximo prefeito de BH terá pela frente vários desafios, como a criação de mais ofertas de emprego; melhorias na saúde básica, o que inclui a necessidade de ampliação das cirurgias eletivas – cerca de 30 mil pessoas esperam na fila, segundo dados da própria prefeitura; além de soluções para a mobilidade urbana. De acordo com pesquisa divulgada em agosto deste ano pela CNT (Confederação Nacional do Transporte), a capital mineira tem o segundo pior trânsito do Brasil, atrás da cidade de São Paulo.
O próximo mandatário municipal também deverá investir em soluções que tornem a mobilidade urbana mais eficiente e sustentável. Outro ponto que deverá ser observado é em relação a expansão e a modernização do transporte coletivo, como a implementação de mais corredores exclusivos para ônibus e a construção de ciclovias. De acordo com dados da prefeitura, Belo Horizonte possui 105 quilômetros de ciclovias e ciclofaixas.
Outro ponto de atenção é a população de rua de Belo Horizonte, que impacta diretamente a vida do cidadão. De acordo com levantamento realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em 2022, a população em situação de rua em BH era de 5.344 pessoas – estima-se que esse número seja muito maior. O próximo prefeito terá a missão de desenvolver políticas públicas para minimizar os impactos sociais e econômicos causados à cidade.