Um recente relatório do centro acadêmico húngaro MCC Brussels —com sede em Bruxelas— revela como a Comissão Europeia utiliza o orçamento comum para financiar organizações alinhadas ao “europeísmo progressista”, muitas das quais operam como braços políticos contra governos soberanistas na Europa Central.
Somente através do programa Citizens, Equality, Rights and Values (CERV), Bruxelas canalizou 41 milhões de euros para ONGs na Hungria e 38 milhões na Polônia. Longe de se destinarem a fins neutros ou assistenciais, uma parte substancial desses fundos foi parar em organizações diretamente envolvidas em campanhas de agitação contra governos legítimos, como o de Viktor Orbán em Budapeste ou o anterior Executivo do PiS em Varsóvia. Essas entidades atuam, na prática, como instrumentos de ingerência política a serviço do projeto federalista promovido pelas elites comunitárias.
O relatório denuncia que, sob a aparência de promover os chamados “valores da UE”, foi construída “uma rede de propaganda por delegação”, na qual ONGs e think tanks atuam como “instrumentos ideológicos” a serviço do projeto federalista europeu. A estratégia, longe de fomentar o pluralismo político, tornou-se uma ferramenta de pressão contra governos que não compartilham a visão progressista do establishment comunitário.
No caso da Hungria, a fundação Ökotárs —que recebeu mais de três milhões de euros— foi apontada pelo Governo de Orbán como um “centro de distribuição local de influência estrangeira”. Na Polônia, após a derrota do partido conservador Lei e Justiça nas eleições de 2023, uma das fundações receptoras de fundos comunitários celebrou abertamente o resultado, destacando o papel da “pressão da UE e da sociedade civil” na mudança de Governo.
O relatório do MCC Brussels vai além: documenta como a Comissão destinou bilhões de euros através do programa CERV e outras linhas orçamentárias para impulsionar sua agenda política, incluindo a criação de um Estado federal europeu e a imposição da agenda ‘woke’: imigração, gênero e fanatismo climático. “Este modelo de propaganda por delegação é fundamentalmente antidemocrático“, conclui o estudo.