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Câmara dos Deputados vai pedir investigação sobre delegado que foi transferido após indiciar família que discutiu com Moraes

Câmara dos Deputados vai pedir investigação sobre delegado que foi transferido após indiciar família que discutiu com Moraes

O Tribunal de Contas da União (TCU) abrirá uma investigação para apurar possíveis irregularidades na indicação do delegado Thiago Severo de Rezende, da Polícia Federal, para o cargo de oficial de ligação junto à Europol, na Europa.

Rezende foi responsável por indiciar três pessoas por supostas ofensas ao ministro do STF Alexandre de Moraes e seu filho, Alexandre Barci, no aeroporto de Roma.

O delegado divergiu do parecer de outro colega, que havia afirmado não haver elementos suficientes para indiciar o empresário Roberto Mantovani e sua família pelo incidente com Moraes. Após essa mudança no rumo do inquérito, Rezende passará a atuar em Haia, na Holanda, por dois anos, com acréscimo salarial devido à função no exterior. A transferência foi oficializada em 16 de maio pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues.

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara acionou o TCU para investigar se houve “desvio de finalidade ou interesses político-pessoais” na escolha de Rezende para o cargo. O tribunal, órgão auxiliar da Câmara, analisará o tema com base em um requerimento que será aprovado na comissão. O documento também solicita a suspensão da nomeação do delegado até a conclusão das investigações.

O deputado Alberto Fraga (PL-DF), presidente da Comissão de Segurança Pública, afirma que o requerimento será pautado e aprovado na próxima terça-feira (18/6), com ampla maioria dos votos do colegiado.

“O requerimento será pautado e aprovado na próxima terça-feira (18/6), com ampla maioria dos votos da colegiado. É uma questão muito pertinente e que merece a atenção do TCU”.

O deputado Coronel Meira (PL-PE), autor do documento, também exige explicações do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, sobre a designação de Rezende para o cargo na Europa. Ele questiona os critérios utilizados na escolha do delegado e se há relação com as investigações envolvendo Moraes e Mantovani em Roma.

Além disso, Meira pede que o TCU investigue possíveis irregularidades no indiciamento do empresário Roberto Mantovani, sua esposa Renata Munarão e o genro do casal, Alex Zanatta, pelas ofensas a Moraes. O deputado questiona a ausência de novos elementos nos autos e levanta a possibilidade de outras ilegalidades, irregularidades, trocas de favores e desvio de finalidade por parte de membros do Poder Executivo e do Poder Judiciário.

Em fevereiro, o inquérito sobre as ofensas dirigidas a Moraes e sua família em Roma, anteriormente conduzido pelo delegado Hiroshi de Araújo Sakaki, concluiu que houve “injúria” ao ministro e sua família. No entanto, o indiciamento foi descartado com base em instrução normativa que proíbe essa medida em casos de crimes de menor potencial ofensivo, com penas inferiores a 2 anos de prisão.

Thiago Rezende assumiu o inquérito em abril, após pedido de redistribuição. Em relação ao crime de injúria, Rezende incluiu o agravante de ter sido cometido contra funcionário público, considerando o desempenho das funções. Com essa alteração, a pena para o crime passou de 2 anos para 2 anos e 8 meses, permitindo o indiciamento da família de Mantovani.

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