Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, em entrevista ao jornal Estado de São Paulo, enfatizou que não tem intenção de comunicar previamente ao ministro da Fazenda sobre alterações de juros e diretrizes da política monetária.
Ele assegurou que nunca adotou essa prática em governos anteriores e não pretende fazê-lo agora.
Com quase seis anos à frente da instituição, Campos Neto, segundo informações do jornal O Globo, destacou que já ocorreram várias alterações de orientação e nunca cogitou informar previamente ao ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, por exemplo. Ele reforçou que essa é uma prerrogativa do Banco Central, que possui autonomia.
Quando questionado sobre a possível volatilidade que uma divisão no Copom poderia causar e se os diretores não tentaram influenciar uns aos outros para evitar a divisão dos votos, Campos Neto esclareceu que não há no comitê um esforço para convencer uns aos outros.
Ele ressaltou que cada um expressa sua opinião e que é crucial transmitir a mensagem de que a reunião é técnica, o debate é técnico e as opiniões divergentes são parte do processo.
No cargo até dezembro deste ano, o presidente do BC expressou seu compromisso em fazer o “máximo possível” para terminar seu mandato com as projeções de inflação do Brasil na meta. No entanto, ele ponderou que garantir resultados é um desafio:
Ele mencionou que se fala muito sobre centro, banda, mas a melhor maneira de contribuir para o crescimento sustentável, sem gerar desigualdade, é manter a inflação baixa. Isso, segundo ele, já está comprovado.