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Cancelamentos da Netflix disparam depois de CEO anunciar apoio a Kamala Harris

Executivo ainda doou US$ 7 milhões para a campanha da democrata

A Netflix registrou um aumento na taxa de cancelamentos de assinaturas nos Estados Unidos depois de Reed Hastings, cofundador e presidente da empresa, declarar seu apoio à candidatura de Kamala Harris à Presidência.

Hastings, que também doou US$ 7 milhões para um comitê pró-Harris, viu sua declaração desencadear uma onda de críticas nas redes sociais, o que resultou no aumento do uso da hashtag #CancelNetflix.

De acordo com a empresa de pesquisa Antenna, a taxa de cancelamentos da plataforma — conhecida no setor como churn — quase triplicou nos dias depois do apoio de Hastings a Kamala.

A taxa de churn, que em julho foi de 2,8%, atingiu seu pico logo depois do anúncio do apoio à candidata democrata. O dia 26 de julho foi a pior taxa de cancelamentos para a Netflix neste ano.

A declaração de Hastings e sua doação para a campanha de Harris provocaram forte reação entre os apoiadores do ex-presidente Donald Trump. Muitos conservadores começaram a compartilhar fotos de suas contas canceladas e incentivaram outros a seguirem o exemplo, em protesto contra o envolvimento político do executivo da Netflix.

Reed Hastings sempre foi conhecido por seu ativismo progressista, especialmente na área de educação. Ao longo de sua carreira, ele doou bilhões para causas filantrópicas e iniciativas voltadas para o apoio a escolas autônomas.

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No entanto, seu envolvimento direto nas eleições se intensificou, por exemplo, quando o executivo defendeu a desistência do atual presidente Joe Biden de concorrer à reeleição.

A empresa ainda não se pronunciou oficialmente sobre o aumento dos cancelamentos, e Hastings também não comentou o fato.

A Netflix deverá divulgar seus resultados financeiros em meados deste mês, quando será possível medir o impacto real do episódio em suas receitas e na retenção de assinantes.

Netflix deixou de oferecer plano básico

Em julho deste ano, a Netflix encerrou o plano gratuito sem anúncios nos Estados Unidos.

Em relatório para investidores, depois da apresentação do balanço financeiro positivo, a companhia de streaming ressaltou que o plano básico com anúncios responde por cerca de 40% das assinaturas da empresa, motivo pelo qual decidiu começar a encerrar o plano básico sem publicidade na América do Norte.

O mantra da Netflix mudou em 2022, quando a companhia sofreu uma queda trimestral recorde no número de novos assinantes, de 1,2 milhão, totalizando ganho de 8 milhões de novos assinantes no ano, pior resultado desde 2011.

Nesse período, o crescimento sofreu, sobretudo, com o cenário pós-pandemia, que tirou as pessoas de casa, e pela alta global dos juros, o que forçou empresas de tecnologia deficitárias a se tornarem mais eficientes e lucrativas.

A Netflix realizou uma série de ajustes nos meses seguintes. Demitiu centenas de pessoas no mundo, criou a “taxa do ponto extra” (com acréscimo de R$ 12,90 por usuário que não mora no mesmo lar do titular da conta) e começou a focar em planos com anúncios.

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