Cármen Lúcia alertou para o risco real de os tentáculos das facções criminosas chegarem às esferas estadual e federal
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cármen Lúcia, disse ver indícios de envolvimento do crime organizado nas eleições.
“Há um risco real de que esse comportamento se estenda às instâncias estaduais e até nacionais”, observou Cármen, em entrevista publicada pelo jornal O Globo, neste domingo, 29. “É grave esse atrevimento criminoso. Tudo isso mostra que a questão não pode ser subestimada.”
De acordo com a presidente do TSE, é preciso adotar “medidas imediatas, tanto para evitar que os criminosos alcancem seus objetivos quanto para impedir que algo que já tenha começado em outros momentos se perpetue”.
Ainda conforme Cármen, o crime organizado quer “formular leis” a fim de influenciar ainda mais a sociedade.
Cármen Lúcia discorre sobre as redes sociais
Para a presidente do TSE, as redes sociais possuem um “algoritmo perigoso”. “É evidente que alguém está ganhando muito com isso”, disse. “Mas acho que esse impacto do algoritmo na eleição é muito menos do que se esperava. Os eleitores estão mais preocupados com questões práticas do dia a dia, como a educação dos filhos, a condição das ruas e o transporte público.”
Cármen também ressaltou a importância de as big techs trabalharem em parceria com a Justiça Eleitoral.
“As plataformas que assinaram comigo os memorandos estão cumprindo-os rigorosamente”, afirmou. “Há poucos dias, uma delas retirou do ar em 15 minutos algo que poderia realmente ter algum impacto em um determinado município. Quinze minutos.”