A CNN — que ficou atrás de rivais como MSNBC e Fox News na cobertura da Noite das Eleições da semana passada — implementará “demissões que afetarão centenas de funcionários em toda a organização”, segundo o Puck News.
Thompson, que assumiu o comando no ano passado após a saída de Chris Licht, reduzirá a equipe de produção de televisão, cujos “talentos podem não ser necessários no novo cenário digital-first”, informou o veículo.
Relatos indicam que os funcionários da rede estão enfrentando “um ambiente de alto estresse e grande ansiedade”, conforme Puck.
Thompson, ex-CEO do New York Times e da BBC, também pode exigir cortes nos salários elevados de âncoras de horário nobre, como Anderson Cooper, Erin Burnett e Kaitlan Collins. Cooper, que liderou a cobertura da noite das eleições, recebe um salário anual que pode chegar a US$ 20 milhões. Burnett ganha cerca de US$ 6 milhões, enquanto Collins recebe um salário mais “modesto” de US$ 3 milhões.
O New York Post tentou obter um comentário da CNN.
Mudanças já estavam aparentes na segunda-feira, quando Chris Wallace confirmou que estava deixando a CNN, encerrando uma passagem de três anos na rede marcada por baixa audiência e turbulências na diretoria corporativa.
No mês passado, a newsletter independente The Ankler informou que Thompson pediria a Wallace, que recebia um salário anual estimado em US$ 8,5 milhões, bem como outras estrelas da rede, como Jake Tapper e Wolf Blitzer, para aceitarem cortes salariais.
Como parte do plano de reestruturação de Thompson, a CNN pedirá a repórteres e correspondentes que assumam mais responsabilidades que atualmente são desempenhadas por produtores e assistentes de produção.
A CNN também eliminará atribuições redundantes, reduzindo — ou eliminando completamente — várias divisões, conforme reportado pelo Puck.
No início deste ano, a CNN demitiu cerca de 100 funcionários, representando 3% de sua força de trabalho.
As mudanças esperadas ocorrem em meio à baixa audiência da rede no Dia da Eleição — um dia que historicamente dominava.
A CNN registrou apenas 5,1 milhões de telespectadores no horário nobre da última terça-feira, segundo dados da Nielsen. A Fox News, que compartilha propriedade com o New York Post, atraiu 10,3 milhões de espectadores entre 20h e 23h (horário do Leste dos EUA) na terça-feira, segundo a Nielsen.
A cobertura da MSNBC, ancorada por Rachel Maddow, teve uma média de 6 milhões de telespectadores, superando a CNN pela primeira vez em sua história.
Em 2016, a CNN tinha uma audiência de 13,3 milhões de espectadores no Dia da Eleição.
Pessoas ligadas à CNN destacaram a “audiência multiplataforma” da rede de 44 milhões, que inclui 14 milhões que acompanharam a cobertura em suas plataformas digitais e no CNN Max.