O presidente do Comitê do Prêmio Nobel da Paz tentou justificar, nesta sexta-feira, a decisão de não conceder o prêmio ao presidente Donald Trump, sugerindo de forma sutil que o líder americano não seria digno da honraria, apesar de suas conquistas históricas na busca pelo fim da guerra entre Israel e o Hamas.
O presidente do Comitê, Jørgen Watne Frydnes, foi questionado sobre os apelos para que o prêmio fosse entregue a Trump, que afirmou ser “um insulto aos Estados Unidos” o fato de não ser reconhecido. No entanto, o prazo para indicações terminou em 31 de janeiro — poucos dias após o início do segundo mandato de Trump — o que significa que todas as nomeações recebidas por seus esforços de paz em 2025 concorrerão apenas ao prêmio de 2026.
Mesmo assim, em vez de destacar a questão do prazo, Frydnes deu a entender que uma mudança de última hora não ocorreu porque o presidente americano não atenderia aos critérios do prêmio. “Na longa história do Prêmio Nobel da Paz, este comitê já viu muitos tipos de campanha e atenção midiática”, afirmou, sem citar diretamente Trump. “Recebemos milhares de cartas todos os anos de pessoas dizendo o que, para elas, representa a paz.”
Ele acrescentou: “O comitê se reúne em uma sala cercada por retratos de todos os laureados, um espaço repleto de coragem e integridade. Baseamos nossa decisão apenas no trabalho e na vontade de Alfred Nobel.”
A decisão do comitê de cinco membros foi tomada na segunda-feira, mas, dias depois, aliados de Trump intensificaram os apelos para que ele fosse premiado, após ter intermediado um acordo de paz entre Israel e o Hamas. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, foi um dos que apoiaram publicamente a ideia, publicando uma imagem gerada por inteligência artificial de Trump recebendo o prêmio, com a legenda: “Deem o Prêmio Nobel da Paz a @realDonaldTrump — ele merece!”
Trump também recebeu elogios durante seu segundo mandato pelos esforços para promover a paz entre Rússia e Ucrânia e resolver outros conflitos de longa duração ao redor do mundo.
O Prêmio Nobel da Paz de 2025 foi concedido à líder opositora do regime ditatorial de Nicolás Maduro.