Na segunda-feira, 25 de novembro, foi anunciado que a maior reserva de urânio do Brasil, localizada na mina do Pitinga, no estado do Amazonas, agora pertence integralmente à China. A compra foi realizada pela China Nonferrous Trade Co. Ltda (CNT), subsidiária da China Nonferrous Metal Mining Group Co., uma estatal chinesa. O acordo foi concluído na madrugada de 26 de novembro, em negociação entre a mineradora Taboca e o governo do Amazonas.
A reserva, situada na região da hidrelétrica de Balbina, em Presidente Figueiredo, tem uma posição estratégica. Além de estar próxima à BR-174, faz fronteira com a Venezuela e a Guiana, pelo estado de Roraima. O anúncio já foi divulgado em bolsas de valores internacionais, como as de Pequim e Lima, consolidando o que muitos classificam como “um negócio da China”.
Urânio: um recurso estratégico
O urânio é um recurso de extrema importância estratégica. Utilizado na indústria bélica, serve como base para a fabricação de bombas atômicas e de hidrogênio. Além disso, quando enriquecido, é essencial como combustível para usinas nucleares, sendo utilizado em 99% de sua aplicação no Brasil para geração de energia.
A venda da reserva brasileira levanta sérias questões sobre a soberania nacional e o controle de recursos estratégicos. A entrega desse ativo à China ocorre em meio a um contexto onde o governo brasileiro estreita laços com Pequim. A adesão ao projeto chinês “Rota da Seda” ainda não foi formalizada, mas muitos enxergam a venda de recursos naturais como um reflexo da influência crescente do gigante asiático no Brasil.
Entregando a soberania?
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sido criticado por abrir espaço para o avanço chinês no Brasil, especialmente em áreas estratégicas como a Amazônia. Durante a visita de representantes chineses, Lula destacou o interesse da China no Fundo Florestas Tropicais para Sempre, proposto para remunerar a preservação dos biomas. Essa iniciativa foi apresentada como “uma alternativa para financiar o desenvolvimento sustentável”, mas também é vista como mais um passo na entrega de riquezas naturais brasileiras.
Para críticos, o governo atual estaria permitindo que os chineses assumam controle não apenas de minérios como o urânio, mas também da biodiversidade, fauna, flora e outros recursos nacionais. Esses movimentos têm sido interpretados como uma ameaça direta à soberania brasileira.
O que está em jogo
A venda da maior reserva de urânio do Brasil para uma estatal chinesa reforça preocupações de que o país está cedendo seus recursos estratégicos sem considerar as implicações de longo prazo. Mais do que uma transação comercial, trata-se de uma decisão que pode impactar a segurança nacional, o controle energético e até mesmo a integridade territorial.
Enquanto isso, as negociações com a China continuam a avançar, levantando debates sobre a real independência do Brasil em relação ao gigante asiático. O futuro do Brasil como nação soberana dependerá de como essas questões serão tratadas nos próximos anos.