O governo da China classificou a isenção de tarifas sobre determinados produtos eletrônicos chineses como um “pequeno passo” para que os Estados Unidos “corrijam sua prática errada” de impor taxas ao país asiático e pediu neste domingo que Washington “cancele completamente” as chamadas “tarifas recíprocas”.
Em comunicado, um porta-voz do Ministério do Comércio chinês informou que Pequim está “atualmente avaliando o impacto” do memorando que isenta das “tarifas recíprocas” alguns produtos tecnológicos chineses, como computadores, smartphones, equipamentos de fabricação de semicondutores e circuitos integrados.
“Este é um pequeno passo para que os Estados Unidos corrijam sua prática errônea de aplicar unilateralmente tarifas recíprocas”, disse o porta-voz, que lembrou que este é o “segundo ajuste às políticas relevantes” sobre tarifas, após a suspensão de algumas tarifas sobre parceiros comerciais.
Para Pequim, as tarifas dos EUA, impostas por ordem executiva emitida pelo presidente Donald Trump, “não apenas violam as leis econômicas e de mercado básicas, mas também ignoram a cooperação complementar e a relação de oferta e demanda entre os países”.
O porta-voz insistiu que, desde o anúncio das chamadas “tarifas recíprocas”, os EUA “não conseguiram resolver nenhum dos problemas” e, pelo contrário, “minaram seriamente a ordem econômica e comercial internacional, interferiram seriamente na produção e na operação normais das empresas e na vida e no consumo das pessoas, e prejudicaram os outros sem se beneficiar”.
Por esse motivo, a China pediu a Washington que “ouça as vozes racionais da comunidade internacional” e dê um “grande passo para corrigir seus erros, cancele completamente a prática errada das ‘tarifas recíprocas’ e retorne ao caminho certo do respeito mútuo e da solução de diferenças por meio do diálogo igualitário”.
“A posição da China sobre as relações econômicas e comerciais entre China e EUA é consistente. Não há vencedores em uma guerra comercial e não há saída para o protecionismo. Há um velho ditado chinês que diz: ‘A pessoa que amarrou o sino deve ser aquela que o desamarra'”, resumiu o porta-voz.
Depois de abalar os mercados nos últimos dez dias, primeiro anunciando a aplicação generalizada de um grande volume de tarifas para o resto do mundo e, em seguida, recuando para redobrar sua ofensiva contra a China, uma vez que o custo do financiamento da dívida dos EUA continuou a subir, Washington decidiu isentar muitos produtos tecnológicos chineses das tarifas.
Quando perguntado sobre a decisão da agência Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP) de excluir telefones, computadores, telas e todos os tipos de componentes tecnológicos chineses das listas de mercadorias às quais seriam aplicadas tarifas de 145%, bem como sobre a possibilidade de seu governo anunciar taxas sobre semicondutores que entram nos EUA, Trump limitou-se a dizer que dará mais informações na segunda-feira.
Crédito Gazeta do Povo