O ministro das Finanças da Noruega, Trygve Slagsvold Vedum, e líder do Partido do Centro anunciou nesta quinta-feira que abandona a coalizão governante liderada pelo primeiro-ministro, o trabalhista Jonas Gahr Store, por discordâncias com a adoção de três diretivas energéticas da União Europeia.
“Infelizmente, o que colocamos sobre a mesa não foi suficiente para que o Partido do Centro permaneça no Governo”, indicou Store em entrevista coletiva, acrescentando que o Partido Trabalhista assumirá as pastas de seu ex-parceiro de coalizão.
No total, oito ministérios serão afetados pela ruptura da coalizão bipartidária, entre eles Defesa e Justiça. A líder parlamentar do Partido do Centro, Marit Arnstad, aceitou que Store continue como primeiro-ministro, embora tenha afirmado que pedirão, da oposição, uma mudança nas políticas energéticas.
A crise da coalizão tem sua origem na aprovação de três diretivas que fazem parte do chamado quarto pacote energético da UE, que estabelece uma série de requisitos para aumentar a energia renovável e fomentar a construção com energia limpa.
O Partido do Centro, de linha eurocética e agrária, se negou a aceitar o pacote, argumentando que as diretivas dão ao bloco comunitário muito controle sobre a política energética nacional, segundo informou a emissora pública NRK.
“A ambição da UE é que eventualmente tenhamos um mercado elétrico comum em toda a Europa. Esta é uma boa ideia para os países que historicamente tiveram preços de eletricidade altos, mas uma péssima ideia para a Noruega, que historicamente teve preços de eletricidade mais baixos”, argumentou Vedum.
Ascensão da direita soberanista
Enquanto isso, cabe destacar que a direita soberanista —quarta nas pesquisas há apenas três anos—, já se encontra em primeira posição na grande maioria das pesquisas. No entanto, os trabalhistas caíram para o quarto lugar e o Partido do Centro à irrelevância política.