Presidente troca galpão do MST por comunidade no centro da capital para anunciar programa habitacional com maior visibilidade popular
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) alterou o local e o horário de um evento oficial em São Paulo, inicialmente previsto para ocorrer nesta quinta-feira (26) em um galpão do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). A decisão foi motivada por preocupações com o possível esvaziamento do ato, segundo informações do site Poder360.
A avaliação no Planalto era de que o galpão, por ter acesso restrito, poderia transmitir a imagem de baixa participação popular, algo que o governo deseja evitar em eventos voltados à política habitacional.
Evento será realizado na Favela do Moinho
Com isso, Lula decidiu transferir o evento para a Favela do Moinho, localizada no centro da capital paulista. O ato está programado para as 14h e terá como foco o anúncio de soluções habitacionais para a comunidade local.
De acordo com o governo federal, cada núcleo familiar da favela poderá receber até R$ 250 mil para a aquisição de moradia. O benefício será destinado a famílias com renda mensal de até R$ 4,7 mil.
A ausência de Tarcísio de Freitas
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), não estará presente na cerimônia. Segundo o Palácio dos Bandeirantes, ele já tinha um compromisso marcado em São Bernardo do Campo às 12h. Com isso, o governo estadual será representado por um substituto, prática comum em eventos com conflito de agenda.
Vale lembrar que Lula e Tarcísio são cotados como potenciais adversários na eleição presidencial de 2026, e a ausência no evento alimenta as especulações sobre o distanciamento político entre ambos.
Favela do Moinho: alvo de remoção e polêmica
A Favela do Moinho tem sido centro de debate político desde que o governo estadual, por meio da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), iniciou um processo de remoção das famílias da área.
O Ministério Público de São Paulo classificou a região como “bunker do crime organizado”, e o governo argumenta que a favela está em área de risco, com histórico de incêndios, alagamentos e proximidade com linhas de trem.
Apesar disso, a decisão gerou protestos de movimentos sociais e organizações de esquerda, que veem na ação um processo de remoção forçada sem garantias adequadas para os moradores.
O governo paulista afirma que os desalojados serão reassentados em novas moradias, mas as tensões continuam entre os diferentes entes políticos.
Crédito Aliados Brasil