Em 2022, último ano da gestão do ex-presidente, o Exército concedeu 78.143 novos registros de armas
O número de CRs (Certificados de Registro) para CACs —caçadores, atiradores e colecionadores— caiu 79,4% de 2022 a 2024, segundo o 19º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado nesta 5ª feira (24.jul.2025). O dado reflete o impacto direto das medidas adotadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para restringir o acesso a armas de fogo no país.
Em 2022, último ano da gestão de Jair Bolsonaro (PL), o Exército concedeu 329.493 CRs a pessoas físicas. Em 2023, o número caiu drasticamente para 272. Já em 2024, primeiro ano completo sob as novas regras do governo Lula, foram concedidos 67.859 registros —menor número desde 2017.
A queda marca uma inflexão na política pública sobre armas. Durante o governo Bolsonaro, houve expansão acelerada do número de CACs, amparada por decretos presidenciais que facilitaram o registro, a compra de armas e o acesso a munições.
Já no início de 2023, o presidente Lula revogou esses atos normativos, reduziu o limite de armas por pessoa, proibiu o funcionamento de clubes de tiro por 24 horas e passou a exigir revalidação de registros já concedidos.
O ano de 2023 apresenta cenário atípico, com apenas 272 novos registros, devido à suspensão das licenças para aquisição e transferência de armas e munições de uso restrito por CACs, conforme o decreto nº 11.366, de 1º de janeiro.
Armas sob gestão da PF crescem
Com a centralização dos registros na Polícia Federal, o número de armas de fogo sob gestão do órgão chegou a 5.401.989 em 2024, um crescimento de 78,1% em relação a 2021. Entre esse total, 1,9 milhão são pistolas e 530 mil são fuzis e carabinas.
Do universo sob responsabilidade da PF, 1,5 milhão de armas pertencem a CACs e 11.741 estão registradas em nome de clubes e entidades de tiro —herança do sistema Sigma, gerido anteriormente pelo Exército.
Fabricação
Já a fabricação de armas pela indústria nacional teve redução de 92,3% de 2021, pico da série histórica, e 2024, além de uma queda de 95,1% na fabricação de fuzis. Além disso, o número de fiscalizações realizadas pelo Exército brasileiro aumentou 80,4% desde o fim da gestão Bolsonaro.