COP30 virou dor de cabeça para o Brasil, diz “New York Times”

Falta de hospedagem e preços elevados em Belém ainda são preocupação para delegações estrangeiras a 2 meses do evento

New York Times publicou uma reportagem em 10 de setembro em que afirma que a COP30 (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas) se tornou “uma grande dor de cabeça” para o Brasil.

O jornal norte-americano citou as dificuldades logísticas enfrentadas na organização. A 2 meses do evento, marcado para novembro, diplomatas de diversos países relatam preocupações com a falta de acomodações acessíveis em Belém. 

O problema afeta, principalmente, representantes de nações em desenvolvimento, que enfrentam dificuldades financeiras para garantir sua participação, já que hotéis da capital do Pará estão cobrando diárias de R$ 6.000 a R$ 238 mil. 

Segundo dados apresentados pelo jornal norte-americano, 2/3 dos países participantes ainda não conseguiram garantir quartos para as delegações. Diplomatas africanos e de nações insulares do Pacífico manifestaram dificuldades para garantir participação plena no evento devido aos altos custos e à falta de hospedagem adequada.

Não podemos promover as questões cruciais para a nossa sobrevivência se nem sequer conseguimos chegar lá. É difícil imaginar como seremos capazes de nos representar plenamente”, disse Ilana Seid, diplomata de Palau, nação insular do Pacífico.

Em contraposição, autoridades brasileiras afirmam que existem 53.000 quartos disponíveis na região de Belém, quantidade superior aos 50.000 participantes esperados. O governo anunciou medidas emergenciais, como o uso de navios de cruzeiro e a possível adaptação de escolas em alojamentos, para contornar a situação.

O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, classificou a situação como um “mal-entendido” e garantiu que o governo reservou opções a partir de US$ 100, inclusive para delegações de países mais pobres. “Já reservamos os quartos para garantir que todos os países estejam em Belém a preço acessível”, afirmou ao NYT.

Segundo a publicação, o problema emerge em um momento delicado para o Brasil, que tenta se posicionar como porta-voz dos países em desenvolvimento nas questões ambientais. O país enfrenta contradições entre seu discurso de proteção à Amazônia e suas ações práticas, como a aprovação de novos projetos petrolíferos na Foz do Amazonas. 

A escolha da capital paraense como sede buscava destacar a importância da floresta amazônica nas discussões climáticas globais, mas gerou desafios de infraestrutura para receber os participantes esperados.

Crédito Poder360

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