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Coreia do Norte explode estradas e ferrovias que a conectavam com a Coreia do Sul

A ação militar ocorre após o envio de drones com panfletos críticos a ditadura, mostrando Kim Jong-un usando relógio de luxo

A ditadura comunista da Coreia do Norte explodiu nesta terça-feira, 15, trechos de estradas e linhas ferroviárias que ligam o país com a Coreia do Sul.

A informação foi divulgada por militares da sul-coreanos, o que aumenta as tensões entre Seoul Pyongyang.

Em resposta, os militares da Coreia do Sul dispararam tiros de advertência ao sul da linha de demarcação militar que divide os dois países.

As explosões aconteceram depois que a Coreia do Norte prometeu na semana passada cortar completamente estradas e ferrovias intercoreanas e fortificar ainda mais as áreas do seu lado da fronteira.

As duas Coreias ainda estão tecnicamente em guerra depois que o conflito, iniciado em 1950, terminou três anos depois com um armistício, e não em um tratado de paz.

As estradas e as ferrovias transfronteiriças são resquícios de períodos de reaproximação entre os dois países, que gerou até uma cúpula entre os líderes, em 2018, quando eles declararam que não haveria mais guerras e uma nova era de paz havia se iniciado.

De acordo com a agência de notícias Yonhap, cerca de 180 bilhões de wons (US$ 132 milhões) foram gastos pela Coreia do Sul para reconstruir as estradas intercoreanas.

Drones com panfletos que mostraram o luxo dos líderes comunistas

Nas últimas semanas, houve uma troca de acusações crescente entre as Coreias, depois que o Norte acusou o Sul de enviar drones sobre a capital do país, Pyongyang.

Para a Coreia do Norte, os drones espalharam um “grande número” de panfletos com crítica ao regime comunista, em um ato definido como uma provocação política e militar que poderia levar a um conflito armado.

“Apenas mais um drone seria considerado um ato de guerra”, informou Pyongyang.

O “bombardeio de panfletos” irritou profundamente o regime comunista do Norte, devido à popularidade da dinastia Kim. Nos papéis, foram impressas fotos de Kim Jong-un com um relógio de luxo no pulso.

O seu favorito, segundo os analistas que estudam o regime, é um Swiss IWC Schaffhausen que vale US$ 13.400.

Quem foi também exposta ao ressentimento do povo norte-coreano foi filha de Kim, que aparece nos panfletos com uma jaqueta de couro da Dior. Um pequeno presente no valor de milhares de dólares, que mais parece um desprezo pela pobreza endêmica das pessoas comuns na Coreia do Norte.

Abaixo das fotos, os autores dos panfletos acrescentaram uma lista de quantos quilos de arroz e trigo poderiam ser comprados com o dinheiro que Kim gastou no relógio e na jaqueta.

Se algum morador da Coreia do Norte ousasse ler esses panfletos, poderia ter perdido seu amor fiel pela dinastia Kim.

Mensagem da Coreia do Norte

De acordo com especialistas, a ditadura poderia ter concebido a ação como um sinal para os Estados Unidos, mais do que um ataque contra o inimigo do Sul.

O objetivo seria marginalizar Seul em caso de uma nova negociação internacional sobre energia nuclear, sugerindo que talvez estivesse disposto a discutir diretamente apenas com o próximo presidente norte-americano.

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