Com a ideia de reestruturar, o Exército conseguiria economizar, realocar recursos e evitar, por exemplo, a sobrecarga administrativa.
O Exército americano pode passar por uma reformulação nos próximos anos, o que inclui a diminuição de uma porcentagem de cargos, levando em consideração o corte de gastos e as necessidades de segurança das Forças Armadas. Não se trata apenas de uma redução de despesas, mas sim de uma remodelação na hierarquia e estrutura do Exército para os próximos anos.
A hierarquia e as mudanças na estrutura podem contribuir de forma direta para a eficiência organizacional. Contudo, é importante analisar essa proposta com cautela, segundo especialistas. O porta-voz do Chefe do Estado-Maior, General Randy George, em entrevista, destacou a extinção dos cargos que atualmente são vistos como desnecessários.
No entanto, é preciso levar em conta a visão a longo prazo, especialmente identificar se o alongamento das hierarquias é uma boa ideia e as implicações que isso traria para as unidades em campo. A reforma da estrutura de oficiais generais prevê a diminuição de 5% dos cargos, ou seja, 12 dos 219 cargos seriam extintos. Em contrapartida, a decisão poderia atuar diretamente na diminuição da burocracia e facilitar a tomada de decisões.
Eficiência do cargo
O general responsável por questionar sobre os cargos analisa a eficácia da hierarquia atual, visto que unidades pequenas apresentam um grande número de oficiais generais, o que leva ao questionamento se de fato essa hierarquia vale a pena. Com a ideia de reestruturar, o Exército conseguiria economizar, realocar recursos e evitar, por exemplo, a sobrecarga administrativa.
Com a intenção de trazer mais agilidade e autonomia aos níveis de comando intermediários e baixos, além de promover uma liderança mais direta, George defende a ideia desde que assumiu o cargo em 2023.
Exército mais enxuto
Um artigo publicado pelo portal Defense One aborda as hierarquias e gastos do Exército, apresentando propostas para uma estrutura mais enxuta e eficaz. Para isso, foram apontados alguns problemas ao longo do tempo que resultaram em sobrecarga de recursos e burocracia.
Em 1989, foi criado um grupo responsável por realizar o gerenciamento de aquisição de equipamentos. No entanto, o sistema de artilharia Crusader e o helicóptero Comanche se tornaram alvos de controvérsias e grandes desperdícios de recursos.
O texto ainda aponta que, desde o ano de 2000, houve um aumento considerável de oficiais generais no Exército americano, com muitos atuando em funções administrativas em vez de em operações táticas, por exemplo. Durante esse período, alguns oficiais iniciantes deixaram a corporação devido à sobrecarga de trabalho burocrático, que comprometia seu tempo e energia para o treinamento dos soldados.
Mais problemas
Outro problema citado foi o plano do Army Installation Management Command (IMC), criado em 2006, com a principal função de gerenciar as instalações do Exército, reduzindo a burocracia e agilizando os processos nas bases, quartéis ou instalações semelhantes. Antes, essa função era realizada pelos comandantes locais das guarnições.
Embora a ideia inicial fosse promissora, ela resultou em uma crise e na centralização das funções, além de gerar complexidade e um número excessivo de funcionários, com cerca de 100 mil pessoas, sendo 70 mil civis e o restante soldados. Isso causou um aumento considerável de custos e não colaborou com a administração e o gerenciamento das instalações como era a proposta inicial.
Assim, o texto, com o apoio de George, trouxe à tona a narrativa de corte de cargos desnecessários, redução de organizações não essenciais, minimização da burocracia e equiparação da quantidade de oficiais e soldados. A ideia central é trazer agilidade e enxugar o Exército para proporcionar mais eficiência e operar de maneira mais coesa e direta.