A CPMI do INSS, no Congresso Nacional, avança na investigação de um rombo bilionário em empréstimos consignados. A comissão apura fraudes e práticas abusivas contra aposentados e pensionistas, com a promessa de apresentar indiciamentos de suspeitos em 2026.
O que está sendo investigado?
As investigações miram fraudes em empréstimos consignados, um tipo de crédito em que as parcelas são descontadas diretamente da aposentadoria. A suspeita é de que tenham ocorrido práticas como assédio a aposentados, concessão de crédito sem consentimento e renovações fraudulentas que geraram dívidas impagáveis para as vítimas.
Qual a dimensão do esquema?
O esquema é bilionário. Dados levantados pela comissão indicam que mais de 1,6 milhão de aposentados já sofreram descontos indevidos. O presidente da CPMI, Carlos Viana (Podemos-MG), afirmou que as investigações apontam para “o maior esquema de fraudes contra aposentados da história”.
Quais os próximos passos da CPMI?
A comissão pretende focar na análise dos consignados entre fevereiro e março de 2026, com um relatório final previsto até o fim de março. Para isso, os parlamentares buscam aprovar quebras de sigilo de bancos e instituições financeiras. Uma medida drástica, proposta pelo presidente da CPMI, é a suspensão da cobrança dos consignados por 180 dias.
Existem entraves políticos na investigação?
Sim. Parlamentares reclamam que decisões do Supremo Tribunal Federal (STF), ao conceder habeas corpus para investigados, atrapalham os depoimentos, pois permitem que eles fiquem em silêncio. A oposição pressiona para que a investigação não termine “em pizza”, ou seja, sem punições. No entanto, operações da Polícia Federal têm dado novo fôlego aos trabalhos.
Quais resultados são esperados?
O objetivo final é apresentar indiciamentos concretos. Segundo o relator, Alfredo Gaspar (União-AL), as quebras de sigilo já expuseram um “fluxo milionário” que saiu do bolso dos aposentados e passou por associações, empresas de fachada e operadores financeiros. A comissão afirma estar seguindo “o rastro do dinheiro”, que indicaria conexões com influência política.





