Diretor de instituição ligada a pescadores nega irregularidade e diz que entidade não é fantasma
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) avalia pedir a prisão preventiva de Abraão Lincoln Ferreira da Cruz, presidente da CBPA (Confederação Brasileira dos Trabalhadores da Pesca e Aquicultura), que depõe ao colegiado nesta segunda-feira (3).
“Tenho muita tranquilidade que se ele continuar a omitir informações, ele poderá ser preso ainda nesta noite”, disse o senador Carlos Viana (Podemos-MG), presidente do colegiado.
Parlamentares expressaram em suas falas ao longo da tarde o pedido de prisão por falso testemunho, uma vez que a documentação apresentada pela investigação contrapôs fatos trazidos pelo depoente.
Em sua fala de abertura, Abraão Lincoln disse que a CBPA não é uma instituição fantasma e que possui estrutura compatível com sua atuação.
“A nossa estrutura é compatível para a recepção das 21 federações, mas nossa estrutura é grande e espalhada no país. Nós existimos. O que houve, na verdade, foi a dissidência de 12 federações na época e que depois vieram outras”, defendeu.
A entidade é apontada como uma das instituições que realizaram uma série de descontos indevidos de beneficiários do INSS: Ao todo, teria embolsado o montante de R$ 221 milhões com o esquema.
O depoente teve habeas corpus concedido pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. A ele, foi assegurado o direito de não responder perguntas que pudessem incriminá-lo.
O depoente, portanto, se negou a responder uma série de questionamentos, inclusive se conhecia o empresário Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, uma das peças-chave do esquema fraudulento.
Além disso, Abraão Lincoln também foi orientado pela defesa a não assinar o termo de compromisso em responder a verdade. A justificativa foi de que ele é investigado nos processos relacionados aos descontos indevidos do INSS. Apesar disso, no colegiado, ele foi ouvido como testemunha.
