Criminosos alvos da megaoperação da Polícia Civil nos complexos da Penha e do Alemão no Rio de Janeiro, nesta terça (28), reagiram e lançaram granadas contra os policiais utilizando drones durante a ação. A retaliação foi registrada pela própria autoridade em vários pontos dos locais em que mais de 80 pessoas foram presas.
De acordo com o governo fluminense, os drones com granadas foram utilizados para atacar os policiais que agiam no Complexo da Penha, mas não há informações se a ação deixou feridos. O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL-RJ), reagiu à retaliação dos criminosos e afirmou que não mudará a estratégia.
“É assim que a polícia do Rio de Janeiro é recebida por criminosos: com bombas lançadas por drones. Esse é o tamanho do desafio que enfrentamos. Não é mais crime comum, é narcoterrorismo. Mas a gente não vai dar um passo atrás. Seguimos firmes, com estratégia, tecnologia no enfrentamento ao narcoterrorismo”, afirmou em uma entrevista coletiva no final da manhã.
Além do uso de drones para lançar granadas sobre os policiais, outras imagens mostram uma intensa troca de tiros nos dois complexos entre os traficantes e os agentes. Ao todo, a operação cumpre mais de 100 mandados de prisão contra líderes do Comando Vermelho em uma ação que, segundo Castro, será permanente.
Entre os presos está Nicolas Fernandes Soares, que seria o operador financeiro de Edgar Alves de Andrade, o “Doca” ou “Urso”, um dos chefes do Comando Vermelho. Foram apreendidos 10 fuzis, duas pistolas, nove motocicletas e diversos rádios comunicadores usados pelos criminosos.
A Polícia Civil também já capturou o traficante Thiago do Nascimento Mendes, conhecido como “Belão do Quitungo”, apontado como o “01 da comunidade do Quitungo”, disse a autoridade. Ele foi preso na localidade de Chatuba da Penha, na Penha.
Mais cedo, Castro confirmou que a operação foi planejada e executada exclusivamente pelas forças policiais do Rio de Janeiro, sem atuação do governo federal. As investigações começaram há um ano pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que também miram cerca de 30 pessoas no estado do Pará.
“Estamos atuando com força máxima e de forma integrada, para deixar bem claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado”, disse. O planejamento da ação desta terça (28) levou 60 dias.
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, emendou ressaltando que a operação mira corrigir uma “desordem” de “aproximadamente 9 milhões de metros quadrados” no Rio de Janeiro. Ele acrescentou que cerca de 280 mil pessoas vivem nas 26 áreas afetadas.
“Estado de guerra que a gente vive no Rio de Janeiro. […] Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar”, afirmou o secretário em entrevista à TV Globo.





